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GEMINAS - GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM MEDIAÇÃO E REPRESENTAÇÃO DA INFORMAÇÃO E OS MARCADORES SOCIAIS DA DIFERENÇA


  • O Grupo foi criado em 22/05/2020 e propõe-se a dinamizar estudos e pesquisas que focalizam a mediação, a representação e a apropriação da informação, em interface com os marcadores sociais da diferença. Objetiva-se, por meio do compartilhamento de saberes, contribuir para intersecção de estudos entre a mediação, a representação e a apropriação da informação na perspectiva do protagonismo social e o respeito à alteridade.

A UNIVERSIDADE LIVRE FEMINISTA: MEDIAÇÃO DA INFORMAÇÃO E EMPODERAMENTO DAS MULHERES

Joelma da Silva Oliveira

O texto apresenta a Universidade Livre Feminista (ULF) como objeto de investigação de uma tese em andamento no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal da Paraíba. O objetivo da pesquisa é analisar como a mediação da informação é delineada pela ULF como uma estratégia de fortalecimento do protagonismo social das mulheres. A tese busca explorar como as dimensões da informação, destacadas por Henriette Gomes (2018, 2019, 2021), são alcançadas nas ações formativas da ULF. Dessa forma, o estudo busca compreender a importância da informação como elemento para promover o empoderamento das mulheres e a sua participação ativa na sociedade.

Ao longo da história é possível observar uma crescente resistência por parte de grupos e movimentos que buscam avançar na conquista dos direitos humanos das mulheres, negros/as, pessoas com deficiências, povos indígenas, pessoas LGBTQIAP+, refugiadas, dentre outros. Um exemplo disso é a articulação de grupos de mulheres, especialmente no movimento feminista, que tem sido uma importante referência na luta pelo alcance e ampliação desses direitos que ainda são negados ou limitados para as mulheres em muitas sociedades, em diferentes contextos históricos. O feminismo aqui conceituado a partir da ótica de Marlise Matos (2015, p. 150) é “[...] considerado um movimento social, um campo de produção de conhecimento fortemente teorizado e disputado e uma visão emancipatória de mundo”.

Os movimentos articulados de mulheres têm desenvolvido ações propositivas educativas e políticas em diversas áreas, abordando uma ampla gama de questões fundamentais. Essas iniciativas incluem o enfrentamento à violência contra as mulheres, bem como programas de formação em direitos humanos, que têm desempenhado função primordial no fortalecimento das mulheres de maneira mais ampla que, consequentemente, têm fortalecido suas práticas em vários âmbitos, como inserção no mercado de trabalho e avanços na participação na política. Essa participação ativa das mulheres em projetos e campanhas têm permitido que elas compartilhem informações e conhecimentos com outras mulheres, fortalecendo ainda mais o movimento. Neste sentido, novas configurações de engajamento e inserção estão sendo criadas para consolidar políticas públicas e promover a inclusão e o empoderamento das mulheres que ligam forças e competências individuais (BERTH, 2019).

No ano de 2012, diante do contexto desafiador de desigualdades em todo o território nacional em que as mulheres, sobretudo negras, se encontravam em situação de pobreza e de extrema violência, sem a devida incidência das políticas públicas (SILVA, 2014), nasce a Universidade Livre Feminista. Um projeto colaborativo para fortalecer os coletivos de mulheres em todo o país por meio de estratégias de formação e promoção de atividades educativas do movimento feminista. Com a intenção de utilizar as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC), a modalidade à distância foi escolhida para viabilizar o acesso a mulheres de diferentes regiões. Esse foi um processo de construção coletiva que visava apoiar a defesa dos direitos das mulheres e a promoção de políticas públicas em prol do seu bem-estar.

Site da Universidade Livre Feminista

 

 

Fonte: Mediação da informação na Universidade Livre Feminista: uma metodologia em favor do protagonismo social de mulheres (XXI ENANCIB, 2021).

O projeto Universidade Livre Feminista foi criado por três organizações feministas: o Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea), a Cunhã Coletivo Feminista e o SOS Corpo Instituto Feminista para a Democracia. O Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea) é uma organização não governamental feminista e antirracista, de caráter público e sem fins lucrativos, com 25 anos de atuação. A Cunhã Coletivo Feminista uma organização social sem fins lucrativos que atua na cidade de João Pessoa (PB), no Nordeste do Brasil, desde 1990 e que tem como missão promover a igualdade de gênero, baseada na defesa dos direitos humanos, o feminismo, a justiça social e a democracia. E, por fim, o SOS Corpo Instituto Feminista para a Democracia, é uma organização da sociedade civil, autônoma, sem fins lucrativos, fundada em 1981, com sede na cidade do Recife, estado de Pernambuco, na região Nordeste do Brasil.

A Universidade compreende uma ação feminista, construída de forma coletiva e colaborativa, que visa promover a reflexão, a conexão e a troca de ideias, vivências e experiências entre mulheres de diferentes origens, identidades e campos de atuação (político, artístico, cultural, acadêmico, comunitário), articulando sujeitos políticos que atuam no âmbito das lutas feministas e antirracistas.

O objetivo é promover a educação feminista e capacitar as mulheres para que possam se tornar agentes de transformação social em suas comunidades. Além dos cursos presenciais, a Universidade Livre Feminista oferece também uma plataforma online de aprendizado com conteúdo e materiais didáticos disponíveis para acesso gratuito. A iniciativa tem como base a ideia de que a educação é uma estratégia fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, e que o empoderamento das mulheres é um passo importante para a transformação social, para o enfrentamento das desigualdades sociais. Deste modo, utiliza uma metodologia que busca adaptar para o ambiente de Educação à Distância (EaD) elementos da práxis educativa feminista, levando em consideração as diferentes realidades e inserções sociais, valorizando as vivências e experiências de cada uma, identificando e combatendo as opressões interseccionais que afetam as mulheres, considerando as diferentes formas de discriminação e violência que são vivenciadas por elas.

A ULF reconhece a importância da internet e das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDICs) como meios para promover ações de formação política e fortalecimento das lutas das mulheres, uma vez que a internet permite ampliar o alcance e a acessibilidade às iniciativas promovidas. Por meio das redes sociais, plataformas de comunicação e recursos digitais é possível criar espaços virtuais de troca e aprendizado, fortalecendo a solidariedade entre as mulheres, e assim ampliando suas vozes.

Iniciativas da Universidade Livre Feminista

 

 

 

 

Fonte: Mediação da informação na Universidade Livre Feminista: uma metodologia em favor do protagonismo social de mulheres (XXI ENANCIB, 2021).

Por meio de iniciativas como cursos, pesquisas, campanhas educativas e webinários, a Universidade Livre Feminista realiza a mediação da informação, por meio de práticas de ensino, pesquisa e diálogo com diferentes coletivos e movimentos feministas, visando contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária para todas as mulheres.

Assim, a pesquisa em andamento atinente à ULF aborda a mediação da informação, em especial sua contribuição na promoção do empoderamento das mulheres, uma vez que sendo uma ação de interferência direta ou indireta, consciente ou inconsciente que visa a apropriação da informação (ALMEIDA JÚNIOR, 2015), contribui para o exercício do protagonismo social porque colabora para que as pessoas, acessem e se apropriem de informações relevantes, discutam problemas sociais e suas possíveis soluções.

Apresentada de forma sucinta esperamos ter contribuído para disseminar informação sobre uma importante iniciativa no processo de empoderamento das mulheres na perspectiva de evidenciar um espaço dentro da sociedade na qual as mulheres possam se tornar protagonistas sociais das suas vivências contribuindo, com isso, para a mudança de realidades sociais e culturais, sobretudo, no cenário em que as tecnologias se tornam um divisor e acabam sendo um convite à imersão na apropriação e circulação da informação. Concluindo, a pesquisa em andamento visa contribuir e visibilizar o importante projeto de mediação da informação que é a Universidade Livre Feminista.

NOTAS

1 - Sob a orientação da Profa. Dra. Gisele Rocha Côrtes (PPGCI/UFPB)

2 – MATOS, Marlise. Feminismo. In: FLEURY-TEIXERIA, Elizabeth; MENEGHEL, Stela N. (org.). Dicionário Feminino da Infâmia: acolhimento e diagnóstico de mulheres em situação de violência. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2015

3 – BERTH, Joice. Empoderamento. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019.

4 – SILVA, Carmen (Org). Mais direitos e mais poder para as mulheres. Recife: SOS Corpo Instituto Feminista para a Democracia, 2014

5 - UNIVERSIDADE LIVRE FEMINISTA. Universidade Livre Feminista. Página inicial. Disponível em: www.feminismo.org.br. Acesso em: 12 de maio de 2023

6 – UNIVERSIDADE LIVRE FEMINISTA. Universidade Livre Feminista. Sobre nós. Disponível em: https://feminismo.org.br/sobre-nos/. Acesso em: 12 de maio de 2023.

7 - ALMEIDA JÚNIOR, Oswaldo Francisco de. Mediação da informação: um conceito atualizado. In: BORTOLIN, Sueli; SANTOS NETO, João Arlindo; SILVA, Rovilson José da (Org.). Mediação oral da informação e da leitura. Londrina: ABECIN, 2015.

 

Joelma da Silva Oliveira - Doutoranda em Ciência da Informação (PPGCI/UFPB). Mestra em Comunicação (UFPB). Graduada em Comunicação Social - Jornalismo e Relações Públicas (UFPB). Especialista em Direitos Humanos (UFPB). Assessora de Comunicação das organizações não-governamentais Casa Pequeno Davi e Rede Margaridas Pró-Crianças e Adolescentes - Paraíba. Integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas em Mediac?a?o da Informac?a?o, Representação e Marcadores Sociais da Diferença (Geminas). Áreas de interesse: Mediação da Informação; Protagonismo Social; Educomunicação e Gênero; Feminismos e Interseccionalidades; Comunicação Organizacional; Comunicação Comunitária; Responsabilidade Social.


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