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CMAI – COMPETÊNCIA E MEDIAÇÃO EM AMBIENTES DE INFORMAÇÃO


  • O objetivo do grupo CMAI se concentra em aprofundar percepções teóricas e práticas da Ciência da Informação, Biblioteconomia e áreas correlatas, que dialoguem com as temáticas oriundas da sociedade contemporânea. As repercussões do grupo estão focadas em um sistema aberto de retroalimentação constante, no qual reflexões se interrelacionam com as práticas, direcionadas para a consolidação da comunidade científica e profissionais mais atuantes, criativos, motivados, inovadores e protagonistas. O grupo reúne pesquisadores, alunos e profissionais interessados em investigar objetos de estudo que dialogam com as teorias basilares do CMAI, quais sejam: Competência em Informação e Midiática; Comunicação e Divulgação Científica; Mediação, visando propor diagnósticos, reflexões, ações e modelos que atendam as demandas sociais.

ICONOGRAFIA EDITORIAL: REFLEXÕES PARA ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO

Karoline Gomes de Sousa

O cenário editorial é vasto quanto ao âmbito de oportunidades de atuação para os bibliotecários. A cada dia esse mercado vem se configurando como um nicho receptível a esses profissionais, que se beneficiam das suas habilidades nos tratos informacionais, para atuar em diversos eixos do processo das produções editoriais. Desta forma, o bibliotecário pode atuar em vários arquétipos da Editoração desde periódicos científicos, como aponta Farias, Lima e Santos (2018, p. 66), até mesmo em editoras comerciais. Entretanto, observa-se que “No Brasil não há um padrão de segmentação do mercado editorial de livros, o mercado é normalmente segmentado em: obras gerais (OG); livros didáticos (LD); científicos, técnicos e profissionais (CTP) e religiosos (R)” conforme adverte Santos (2017, p.42).

Nesse contexto, o destaque que daremos aqui é justamente para a iconografia editorial, que dentro do mercado de livros didáticos, se mostra um campo ainda a ser explorado pelos profissionais de Biblioteconomia, apesar das correlações entre demandas laborais e o know how deste profissional terem zonas de convergências que possibilitam um panorama fecundo aos bibliotecários. Pois, conforme ressaltam Sousa e Bentes Pinto (2022, p. 142), “[...] no contexto da editoração, a atuação do bibliotecário torna-se indispensável, pois a inclusão desse profissional como parte do processo informacional garante a manutenção dessa dinâmica”.

Para entendermos um pouco o que é esse campo de atuação, antes precisamos relembrar como a iconografia surge. A origem do termo vem do grego onde “eikon” significa imagem e “grafia”, escrita. Desse modo, a iconografia nasce como um estudo sobre a linguagem visual utilizada nas imagens e suas formas de representação. Um dos principais teóricos dos estudos iconográficos foi o alemão Erwin Panofsky que em 1955 apresenta um método instrumentalizado em três etapas para análises e interpretações imagéticas.

Para Panofsky (1991), a iconografia, enquanto ramo da história da arte, contribui para pensarmos no tema da imagem em contraposição à sua forma, pretendendo distinguir, portanto, o significado da mensagem imbuída nas obras pictóricas em divergência ao formato. Com isso, o método panofskyano propõe que as análises iconográficas perpassem a leitura pré-iconográfica – uma descrição superficial da obra; a leitura iconográfica – onde é possível identificar e interpretar a relação dos elementos representados; e por fim, a leitura iconológica que somente ocorre quando através de cruzamentos de informações técnicas, fontes históricas, documentais, culturais, religiosas etc., se alcança o entendimento profundo sobre a obra para determinar o seu significado.

Sobre o método iconográfico de Panofsky, Guimarães (2016, p. 254) destaca que “[...] permite a introdução à linguagem figurativa, possibilita a identificação do tema e também se constitui em ferramenta eficaz para “reconstruir” a obra em suas coordenadas de tempo e espaço”. Partindo dessa premissa, compreendemos em Panofsky que acessar o conteúdo significativo de uma imagem é submergir na teia conceitual trançada pelos contextos sociais, suas relações e interferências da linha temporal em que a obra fora produzida, assim como outros âmbitos da existência humana, a exemplo da língua, cultura, política e religião que atingem diretamente a mensagem a ser representada.

Posto isso, voltaremos nossa atenção para o mercado editorial que se utiliza amplamente de imagens em seus mais diversos aspectos como fotografias, ilustrações, pinturas, tirinhas, dentre outras, para compor as obras produzidas. Nesse sentido, o produto editorial, seja revista, jornal ou livros,  é contemplado com iconografias de acordo com sua especificidade, contexto, tipologia, demanda e público-alvo a que se destina.

Perceba que esse é justamente o palco de atuação para o profissional da informação que queremos discorrer, visto que o processo iconográfico editorial passa por uma série de etapas que são desenvolvidas pelo setor de iconografia, desde a pesquisa iconográfica em bancos de imagens, busca de fontes de informação, identificação do usuário, mediação com os editores, indexação de imagens, licenciamento de textos e imagens de terceiros para o devido cumprimento da lei de Direito Autoral, normalização de referências, até a finalização da etapa com a disponibilização de texto e imagens em alta qualidade para a diagramação com a atribuição correta dos créditos.

Todas essas atividades relatadas exigem, acima de tudo, habilidades em informação e carecem de tratamento adequado para o cumprimento do ciclo informacional editorial. Afinal, é inconcebível pensarmos na iconografia de uma obra em desacordo com a linguagem textual comtemplada em seu conteúdo. Nessa circunstância, Campello (2003, p.34) evidencia que “O bibliotecário é a figura central no discurso da competência informacional”. Assim, o protagonismo do profissional da informação ganha visibilidade dentro do processo iconográfico quando lança luz sob os alicerces dos conceitos da Biblioteconomia e da Ciência da Informação para aprimorar a qualidade da informação, no que tange a necessidade informacional pertinente ao processo, a ser atendida nas representações imagéticas da iconografia editorial.

Em concordância com as atividades atribuídas ao iconógrafo, percebemos que o bibliotecário se prevalece por ter em sua formação acesso a teorias que envolvem fontes de informação, estudos de usuários, normalização, representação temática e descritiva da informação a basilar os conceitos de classificação, indexação e catalogação. Além de fundamentar esse profissional em pilares como a organização e recuperação da informação, assim também quanto à mediação informacional.

Ademais, tendo em vista que o bibliotecário é o responsável pela elaboração de fichas catalográficas, as editoras que comtemplam esse profissional em sua equipe se favorecem, pois atribuem ao bibliotecário iconógrafo essa função para o cumprimento da lei Nº 10.753/2003 que institui a política nacional do livro. Conforme impõe o Art. 6o: “Na editoração do livro, é obrigatória a adoção do Número Internacional Padronizado, bem como a ficha de catalogação para publicação.” (BRASIL, 2003). Desse modo, as editoras agilizam o seu processo com a catalogação na fonte utilizando-se da práxis desse profissional.

Podemos inferir, a partir disso, que o bibliotecário em sua formação desenvolve competências informacionais compatíveis a atender várias das demandas laborais pertinentes ao campo do setor iconográfico, visto que “O conceito de competência informacional envolve, entre outras, a ideia de habilidade de informação” (CAMPELLO; ABREU, 2005, p. 179), o que é amplamente explorado ao longo da graduação em Biblioteconomia. Ora, se temos informação a ser contemplada na iconografia editorial, por meio da linguagem imagética, o bibliotecário se destaca enquanto profissional com competências suficientes para atender as necessidades informacionais do fazer iconográfico.

Com isso, ao revisitarmos o conceito de competência em informação estabelecido por Belluzzo, Santos e Almeida Júnior (2014, p. 63) que o define como “[...] um conjunto de competências e habilidades que uma pessoa necessita incorporar para lidar, de forma crítica e reflexiva, com os diversos recursos informacionais existentes (jornais, revistas, livros, dicionários, enciclopédias, Internet etc.)”, vislumbramos o bibliotecário como um agente categórico a desempenhar atividades críticas e reflexivas na atuação do campo da iconografia editorial, esta que requer deste profissional, como qualquer outra unidade de informação, postura e ações que as explorem, em todas as suas proporções, a aptidão para o uso e disponibilização da informação seja ela de cunho textual ou imagético.   

Referência

BELLUZZO, R. C. B.; SANTOS, C. A. dos; ALMEIDA JÚNIOR, O. F. de. A competência em informação e sua avaliação sob a ótica da mediação da informação: reflexões e aproximações teóricas. Informação & Informação, [S. l.], v. 19, n. 2, p. 60–77, 2014. DOI: 10.5433/1981-8920.2014v19n2p60. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/informacao/article/view/19995. Acesso em: 21 maio 2023.

BRASIL. Lei nº 10.753, de 30 de outubro de 2003. Institui a Política Nacional do Livro. Diário Oficial da União, 2003. Brasília, DF. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.753.htm. Aceso em 22 maio 2023.

CAMPELLO, B. O movimento da competência informacional: uma perspectiva para o letramento informacional. Ciência da informação, Brasília, v. 32, p. 28- 37, set./dez 2003. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ci/a/9nQgbdkq5nXsNBLfv5MBHNm/. Acesso em: 25 maio 2023.

CAMPELLO, B. dos S.; ABREU, V. L. F. G. Competência informacional e formação do bibliotecário. Perspectivas em Ciência da Informação, [S. l.], v. 10, n. 2, 2007. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/pci/article/view/23696. Acesso em: 28 maio 2023.

FARIAS, M. G. G.; LIMA, J. S.; SANTOS, F. E. P. Bibliotecário e Editoração: mercado e competências necessárias. Informação & Sociedade: Estudos, [S. l.], v. 28, n. 2, 2018. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/ies/article/view/38682. Acesso em: 28 maio 2023.

GUIMARÃES, F. A. P. Busto-relicário de São Francisco de Xavier: estudo iconográfico e iconológico. In: HERNÁNDEZ, M. H. O.; LINS, E. Á. (Eds.) Iconografia: pesquisa e aplicação em estudos de Artes Visuais, Arquitetura e Design. Salvador: EDUFBA, 2016, pp. 252-267. Disponível em: https://books.scielo.org/id/56qxh/pdf/hernandez-9788523218614-14.pdf. Acesso em: 28 maio 2023.

PANOFSKY, E. Significado nas artes visuais. 3. ed. São Paulo: Perspectiva, 1991.

SANTOS, Janiele Moura Lopes dos. Livro digital: estudo de cenários do setor editorial nacional. 2017. 144 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação)-Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2017. Disponível em: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/tede/9660. Acesso em: 28 maio 2023.

SOUSA, K. G.; PINTO, V. B. A iconografia editorial como nicho mercadológico para o bibliotecário. Páginas A&B, Arquivos e Bibliotecas (Portugal), n. 17, p. 131-146, 2022. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/199685. Acesso em: 28 maio 2023.

 

Karoline Gomes de Sousa – Mestranda do PPGCI-UFC


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