PRÁTICA PROFISSIONAL E ÉTICA: PRECISAMOS INVESTIGAR AS CAUSAS DO CONGELAMENTO DE NOSSO PACTO PARA A AÇÃO!
Estamos a pensar nos últimos meses
É ao redor disso que estamos a falar. De um momento, que parece não se atualizar no Código de Ética, o qual recebeu modificações em três momentos distintos, mas sem alteração na concepção prescritiva e na estrutura textual.
Desses últimos 45 anos, podemos extrair algumas indicações, as quais apontam para um quadro de acomodação da postura profissional do bibliotecário, pelo fato de que o esforço de renovação carecia de melhor sintonia com os demais interesses contextuais.
Vejamos! Quanto ao aspecto formal jurídico, a prática profissional bibliotecária, obteve a regulamentação da lei 4.084/1962, pelo decreto 56.725/1965, o qual permitiu a implantação do Sistema Conselho Federal e Conselhos Regionais de Biblioteconomia. Mas por todos os anos da década de oitenta e parte dos anos da década de noventa, ao tentar um novo marco legal, apenas alcançou a lei 9.674/1998, famosa pela quantidade de vetos por ocasião de sua sanção, justamente por conta da busca de uma nova formulação jurídica que legislasse sobre concepções transitórias ou aplicações “modernas” do trabalho do bibliotecário. Com isso, contraditoriamente, foi reafirmada a atualidade da lei 4.084/1962, a qual, com os seus 46 anos, continua, aparentemente, satisfatória.
Quanto ao aspecto acadêmico, vimos surgir em
Quanto ao aspecto de representação política, vimos surgir, desaparecer ou ficar em estado letárgico várias Associações de Bibliotecários; vimos surgir alguns Sindicatos de Bibliotecários, mas, visivelmente, nada contribuírem, com suas ações, para a mudança do pacto de 45 anos.
Quanto aos fóruns para a discussão dos interesses profissionais bibliotecários, vimos o CBBD perder a centralidade como o grande evento em que a diversidade das preocupações de política e prática profissional era submetida a debate e daí serem extraídas as recomendações que podiam redirecionar o rumo dos acontecimentos biblioteconômicos.
Nesses 45 anos, o Brasil mudou em todos os sentidos. Voltamos a um estado de país democrático, com uma Constituição Federal, dita “cidadã”, vigente desde
Diante de tudo isso, cabe indagar: quais são as qualidades do Código de Ética profissional do bibliotecário Brasileiro? Na medida em que tudo mudou, incluído o padrão de organização da família brasileira, por que esse Código tem essa permanência, com sua concepção e estrutura aparentemente envelhecida? Ou ele já foi muito avançado, quando de sua criação, ou de tão anacrônico, nunca lhe foi dada muita atenção desde o início. Eis bons temas para estudos acadêmicos.