ORGANIZAÇÕES DO CONHECIMENTO


COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL NO PROCESSO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA (1)

A comunicação organizacional tem um papel fundamental no processo de inteligência competitiva (I.C.), uma vez que é por meio dela que as pessoas relacionam-se e interagem, buscando atender as estratégias da organização. Do mesmo modo que a inteligência competitiva é entendida como um processo, a comunicação organizacional pode também ser entendida como um processo, que viabiliza o reconhecimento e uso dos dados e informações existentes no ambiente da organização.

É importante mencionar que os modelos de gestão organizacional influenciam os modelos comunicacionais, que por sua vez influenciam as pessoas da organização, no sentido de facilitar ou não o processo de I.C. Por outro lado, as pessoas também influenciam a comunicação organizacional de modo a propiciar maior ou menor efetividade ao processo de I.C.

A comunicação organizacional é o meio com que a I.C. pode contar, para a distribuição, disseminação e transferência (Quadro 1) de dados, informação e conhecimento no ambiente da organização.


 


Nesse sentido, a comunicação organizacional é base para que essas três possibilidades de relação informacional ocorram com os diferentes públicos da organização. O processo de I.C. utiliza-se dessas três possibilidades, dependendo evidentemente do objetivo informacional e do contexto.

Também é importante mencionar, que os atores desse processo de comunicação precisam ser ativos, uma vez que o processo de I.C. necessita de uma dinâmica de retroalimentação contínua, portanto necessita da efetiva comunicação entre os indivíduos da organização, assim como do feed-back.

Para isso, as lideranças têm papel fundamental, pois articulam de modo eficiente a comunicação entre as pessoas, bem como possibilitam melhor compreensão dos objetivos, metas, missão, ações etc. da organização, pois 'traduzem' os significados inerentes a esses objetos, de forma clara e precisa. No entanto, cada um dos atores do processo de comunicação organizacional, fará sua própria leitura e compreensão desses objetos. Isso significa que sempre haverá um ponto de tensão no processo comunicacional, conseqüentemente afetará o processo de I.C.

A equipe de I.C. precisa estar atenta à isso, de modo a mediar a disseminação e a transferência da informação, buscando maior equilíbrio entre as estratégias da organização e as possibilidades de leituras individuais. Uma das ações que podem apoiar a comunicação organizacional eficiente, é justamente a adequação dos termos, conceitos e o jargão organizacional, bem como a utilização de tecnologias de informação e comunicação (T.I.C.'s) eficientes.

Os fluxos informacionais ocorrem apoiados pela comunicação organizacional. Esse fato dimensiona muito bem o importante papel da comunicação nas questões informacionais do ambiente corporativo. Os fluxos informacionais advém dos fluxos formais (conhecimento explícito) e dos fluxos informais (conhecimento tácito) (Quadro 2). Desse modo, a gestão da informação é responsável pelos fluxos formais e a gestão do conhecimento é responsável pelos fluxos informais da organização. Tanto a gestão da informação quanto a gestão do conhecimento, precisam da comunicação organizacional para realizarem suas atividades.

 

Finalizando, o processo de I.C. necessita da gestão da informação e da gestão do conhecimento para ser realizado e, igualmente, depende da comunicação organizacional para ser eficiente e eficaz, uma vez que ela perpassa todas as atividades inerentes ao processo.


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MARTA LIGIA POMIM VALENTIM

Professora Titular da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Pós-Doutorado pela Universidad de Salamanca (USAL), Espanha. Livre Docente em Informação, Conhecimento e Inteligência Organizacional pela Unesp. Docente de graduação e pós-graduação da Unesp, campus de Marília. Bolsista Produtividade em Pesquisa do CNPq. Líder do Grupo de Pesquisa "Informação, Conhecimento e Inteligência Organizacional". Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação (PPGCI) da Unesp, campus de Marília, gestão 2017-2021. Presidente da Associação Brasileira de Educação em Ciência da Informação (ABECIN), gestão 2016-2019.