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BIBLIOTECA ESCOLAR


  • Discussões, debates e reflexões sobre aspectos gerais e específicos da Biblioteca Escolar.

BIBLIOTECA ESCOLAR

Trabalho em Biblioteca Escolar há 12 anos porém, sinto que apenas do ano de 2000 pra cá, o tema tem gerado mais discussão, reflexão, estudos, cursos e palestras.

 

A co-autora desta Coluna, no mês passado, falando sobre inclusão/exclusão informacional, disse que, para começarmos aqui a pensar mais e melhor, deveremos abordar alguns pontos que podem ser decisivos para a formação do cidadão/leitor, cônscio de seus direitos e deveres, critico e capacitado para fazer, de acordo com Paulo Freire, uma leitura do mundo.

 

Pois bem, não há lugar mais adequado e propício para que essa ação possa começar a ser desenvolvida, amparada e acompanhada, do que a Biblioteca Escolar. Todavia, nossos alunos, quer na área pública, quer na área particular estão se inserindo no universo da informática, sem ao menos aprenderem a escrever e ler direito, tanto é que os que sabiam, ao usarem mais o computador, o fazem por meio de meias palavras ou abreviaturas e acabam desaprendendo.

 

É mais do que tempo de nos empenharmos em ter/fazer uma Biblioteca Escolar dinâmica, criativa, foco de atração, aprendizado e gestora do conhecimento.

 

Minha experiência de alguns anos tem mostrado que, infelizmente, a maioria dos estudantes e até mesmo os professores e administradores de escola, desconhecem, muitas vezes, o papel desempenhado pela biblioteca no contexto escolar.

 

Na educação, para que seus objetivos possam ser atingidos, é necessário que se utilize meios compatíveis e eficazes e a Biblioteca Escolar é um recurso concreto no sentido de auxiliar a desenvolver vários níveis de competência e transmitir habilidades.

 

O uso adequado da Biblioteca Escolar permite que o processo ensino-aprendizagem se faça de forma consistente, pois contribui efetivamente na preparação de crianças e jovens.

 

A escola, como instituição, está passando por um momento de muitas inquisições, das quais temos acesso a resultados de exames comprobatórios de aprendizado. Muitas discutem o que ainda precisam fazer para que sua nota melhore, uma vez que acreditam serem pedagogicamente corretas. Será que estas escolas já pararam para pensar que a Biblioteca pode contribuir e muito para isso? Creio que as estatísticas deveriam mostrar e computar também, quais colégios/escolas possuem biblioteca em pleno funcionamento, com profissionais habilitados e comprometidos e o papel dela na instituição.

 

Por sua vez, a Biblioteca Escolar também precisa ser avaliada constantemente, ou seja, os serviços oferecidos precisam acompanhar o mesmo ritmo e dinâmica pelos quais a pedagogia é aplicada. A questão muito discutida atualmente por meio de inúmeros programas governamentais, em todas as esferas, é sobre níveis de leitura. Ora, sabemos que a Biblioteca Escolar é um dos principais caminhos para que seja iniciado, amparado e desenvolvido esse hábito/prazer, desde a tenra idade.

 

Digo um dos principais, pois a sala de aula detém o maior ancoradouro dessa necessidade, daí a importância premente de uma real parceria entre a biblioteca e o corpo docente, entre a sala de aula e a biblioteca.

 

A Biblioteca em geral, mas principalmente e primeiramente a Escolar, precisa ser um organismo vivo, que possa comportar diversas mídias, não apenas ser depósito de livros. Ela precisa ser pólo difusor de informação e cultura, centro de educação continuada e, sobretudo, local de lazer onde o usuário sinta prazer em aprender mais.

 

Embora tenha dito acima que a partir de 2000 vejo e ouço mais sobre a questão BE, de há muito ela continua com os mesmos problemas, as mesmas carências, o mesmo desconhecimento de sua função e papel, quer na área pública, quer na privada. O próprio governo ainda não consegue definir metas e políticas concretas que durem mais do que só apenas uma gestão. De tempos em tempos nos deparamos com fechamentos de acervos, distribuição de livros aleatoriamente para escolas públicas, alterações de currículos, mudanças na denominação de graus, enfim, faltam critérios e procedimentos claros, faltam políticas públicas para a educação como um todo e consequentemente, para a questão da Biblioteca Escolar.

 

Ainda que tenhamos essa deficiência, devemos nos amparar no que existe de fato e em pleno funcionamento a fim de tentarmos estabelecer metas e criação de projetos novos que beneficiem a Biblioteca Escolar.

 

A oferta de atividades numa Biblioteca Escolar é ampla, mas não é fácil, e podemos comparar, em muitos casos, a um trabalho de formigas. A tão falada parceria com o corpo docente, nem sempre é tão clara, tranqüila. Há necessidade contínua de burilamento dessa inter-relação. Há casos que demandam muito tempo para que a relação seja entendida e estabelecida de fato; e aí o trabalho começa a fluir. O desconhecimento é muito grande e muitas vezes também se nada contra a maré.

 

Existe um fato curioso inclusive que muitos profissionais bibliotecários, que atuam em escolas, enfrentam e não conseguem reverter: a biblioteca atende diretamente o setor pedagógico, porém, no organograma ela pertence ao administrativo. Esse paradoxo pode parecer ínfimo, mas na rotina diária, influi muito.

 

Baseada em leitura de vários artigos e livros, mas também em constante troca de experiências com outros profissionais e em minha própria vivência profissional, me deterei em mostrar questões relativas a BE, tanto em conceito quanto na sua aplicação.

 

Podemos começar a formatar aqui, de acordo com a UNESCO, o que deve ser uma Biblioteca Escolar e iniciaremos com a sua definição:

 

Conceituação:- caracteriza-se como um espaço dinâmico e privilegiado de prazer, integração, informação e cultura, com normas de organização e funcionamento, que devem estar definidas na estrutura organizacional do estabelecimento de ensino, não como depositário do saber estruturado, mas capaz de se tornar elemento catalizador de transformações por meio de sua política de atendimento. Um espaço que oferece diferentes recursos informacionais, em diferentes linguagens, para que por meio deles e do desenvolvimento de atividades diversificadas, se propicie aos alunos e usuários em geral, a expansão do universo da leitura, da informação e do conhecimento, buscando, assim, ampliar sua visão de mundo.

 

A UNESCO também teceu comentários a respeito dos objetivos que a Biblioteca Escolar tem e deve se pautar para cumprir seu papel.

 

Objetivos:- a) apoiar e intensificar a consecução dos objetivos educacionais definidos na missão e no currículo da escola/colégio; b) criar e manter nas crianças o prazer pela leitura, pela aprendizagem e pela utilização de bibliotecas ao longo de sua vida; c) oferecer um ambiente acolhedor e propício, que favoreça a permanência dos alunos, permitindo-lhes ampliar seu conhecimento; d) colaborar no processo educativo oferecendo todas as modalidades de recursos disponíveis exigidos pela pedagogia moderna; e) apoiar os alunos na aprendizagem e na prática de competências de avaliação e utilização da informação, independentemente da natureza e do recurso, tendo em conta as formas de comunicação existentes; f) providenciar acesso aos recursos locais, regionais, nacionais e globais e às oportunidades que confrontem os alunos com idéias, experiências e opiniões diversificadas; g) trabalhar com alunos, professores, funcionários e famílias de modo a cumprir a missão da escola, além da comunidade do entorno; h) interagir como centro cultural por meio de diferentes ações a fim de propiciar conhecimento nos mais variados setores das artes literárias, plásticas, musicais, etc. e i) promover a leitura e divulgar os recursos informacionais e serviços da biblioteca junto à comunidade escolar e fora dela.

 

Assim como toda escola/colégio tem definida sua missão, a Biblioteca Escolar, como organismo, também tem uma missão específica, a qual sintetiza seu objetivo macro, que é a interação e a parceria entre a biblioteca e o corpo pedagógico.

 

Missão:- integrar “ensino/aprendizagem/informação e bibliotecário/professor” para conjuntamente formarem o “usuário da informação”, capacitando o estudante a buscar a informação corretamente a fim de enfrentar o mundo em constante mutação, incluindo em programas especiais docentes e técnicos para que se introduzam mais proficientemente no universo dos sistemas de informação organizados.

 

Além disso, a Biblioteca Escolar tem seu Papel intrinsecamente ligado aos objetivos anteriormente propostos. Deve também estar presente em todas as demais atividades da escola, onde aluno e professor se fizerem presentes.

 

Tem a prerrogativa de prestar um serviço com qualidade seguindo o projeto pedagógico da escola. Consiste em atender às necessidades do usuário, saber conquistá-lo, dar-lhe garantias de um bom atendimento e respostas às informações solicitadas, além de interagir com as demais áreas pedagógicas e administrativas da instituição a que pertence.

 

A Biblioteca Escolar cumpre seu papel e atinge seus objetivos desenvolvendo políticas e serviços, selecionando e adquirindo recursos, proporcionando acesso material e intelectual a fontes de informação apropriadas, disponibilizando equipamentos e dispondo de pessoal qualificado.

 

O público-alvo da Biblioteca Escolar varia conforme sua característica estrutural e as políticas estabelecidas pela instituição à qual está vinculada.

 

-         interno: - corpo discente, corpo docente, direção, família, demais funcionários

-         externo: - alunos de outras escolas, leitores do bairro, ex-alunos

 

É muito importante que se tenha claro qual o perfil de sua clientela, conforme o texto anterior desta coluna, para o bom desenvolvimento dos trabalhos da biblioteca e o cumprimento de seu papel e dos objetivos traçados. (MB)


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MARILUCIA BERNARDI

Formada pela PUCCampinas. Atualmente elabora projetos para formação de Biblioteca Particular (Pessoal), oferece apoio a Bibliotecas Escolares e é aluna da Faculdade da Terceira Idade, da UNIVAP, em Campos do Jordão. Ministrou aulas de Literatura e Comunicação, por dois anos, na Faculdade da Terceira Idade. Atuou na Escola Estadual Prof. Theodoro Corrêa Cintra, em Campos do Jordão, pela ONG AMECampos do Jordão. Trabalhou na Fundação Getúlio Vargas de São Paulo; na Metal Leve; chefiou a Biblioteca da Faculdade Anhembi-Morumbi e foi encarregada da biblioteca do Colégio Santa Maria. Possui textos publicados e ministrou diversas palestras sobre Biblioteca Escolar.?

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MARIA HELENA T. C. BARROS

Livre-docente em Disseminação da Informação (UNESP); Doutora em Ciências da Comunicação (USP); Mestre em Biblioteconomia (PUCCAMP); Especialista em Ação Cultural (USP); Formada em Biblioteconomia e Cultura Geral (Fac. Filosofia Sedes Sapientiae); Autora de livros e artigos científicos publicados no Brasil e no Exterior