As organizações são, portanto, grandes influenciadoras desse modelo de sociedade, porquanto as tecnologias de informação e comunicação são, de fato, resultados dessas influencias, visto que as organizações como organismos sociais produtoras de sociabilidade e de identidades específicas no seio da sociedade¹, e a partir dessas representações, intervêm nas lógicas político-econômicas existentes.

As organizações são responsáveis pela interação e reação sociais² de forma sistemática, e geram uma dinâmica sistêmica. Essa dinâmica é complexa, pois as envolvem e as influenciam ao mesmo tempo em que influem e envolvem outras dimensões.

A Sociedade da Informação representa uma dimensão cultural complexa, visto que ela se alicerça em informação e conhecimento, cuja base é a cultura acumulada através do tempo, da história do próprio homem e de suas representações. Além disso, somem-se a isso as tecnologias de informação e comunicação, cujo papel político integrador é real, mas que, ao mesmo tempo, vivencia um paradoxo desintegrador relacionado à economia.

Os processos históricos, políticos, econômicos, sociológicos, ideológicos, tecnológicos, entre outros, podem ser reprodutivos ou transformativos, e as organizações são o núcleo central desses processos, influenciando sobremaneira todos os tipos de processos, bem como a qualificação desses processos, isto é, reprodutivos ou transformativos. O homem vive a maior parte do tempo em ambientes organizacionais, por esse motivo a influência das organizações é enormemente significativa.

Observa-se assim, uma relação direta e complexa entre as organizações e a sociedade. Sua interdependência é real. Sua interação é real. A Sociedade da Informação depende do desenvolvimento organizacional, assim como as organizações dependem do desenvolvimento social, pois os atores são os mesmos. Assim, observa-se que esse universo é constituído de certa complexidade auto-eco-re-organizadora².

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¹ SAINSAULIEU, R.; KIRSCHNER, A. M. Sociologia da empresa: organização, poder, cultura e desenvolvimento no Brasil. Rio de Janeiro: DP&A, 2006. 464p.