LITERATURA INFANTOJUVENIL


SENTIMENTO PELOS LIVROS

Em julho de 2003 escrevi nessa Coluna:

 

“Quando criança meu pai era funcionário do Conselho Londrinense de Serviço Social (uma instituição extinta) e fomos morar num casarão na Vila Nova. Lá havia sido a sede de uma comunidade japonesa e eles, quando mudaram, deixaram armários enormes (que ficavam maiores nos meus cinco anos) cheios de livros. Esse era um dos meus poucos brinquedos. Com eles eu passava horas me divertindo, como não era alfabetizada em português, menos ainda em japonês; lia imagem”.

 

Dois anos após ter escrito isso, uma fada madrinha nipônica. Não sabia que existem fadas madrinhas nipônicas?! Ela é a segunda que eu conheci (mas essa é uma outra história). Pois é, uma fada madrinha nipônica. Não sei se por motivo de mudança, ou porque não têm mais filhos pequenos, doou alguns livros para um Projeto de Leitura da ONG Mundoquelê e entre eles havia um livro cujo título eu não sei ler. E a explicação para isso, é que está escrito em japonês.

 

Da mesma forma que na infância, passei a folheá-lo lentamente lendo as imagens.

 

Esse ato tão comum para uma bibliotecária, nessa oportunidade foi diferente. A leitura provocou em mim mais do que um sentimento de curiosidade. Como diria Freud, provocou um “sentimento oceânico”.

 

Preciso tomar cuidado, meu coração já não agüenta tanta emoção! Se o Oswaldo (proprietário desse site) estivesse por perto diria: “você está muito saudosista!”

 

Isso mesmo, meu deu um sentimento de saudade, pois me re-encontrei. E foi um re-encontro amoroso! Re-encontrei nesse livro a fábula da “Tartaruga e a Lebre”. História que meus pais contavam e que eu via concretizada nas ilustrações de um livro na infância. Livro que, por um mero acaso, retorna em minhas mãos depois de tantos anos. Para ser mais precisa, 42 anos.

 

Curtam comigo uma das ilustrações:

 


  

Que gostosura! Acomodei o livro nos braços, fiz uma viagem ao passado e pensei: Como é saudável gostar de ler! Ou será que é loucura?

 

Nesse momento lembrei de um texto que li na internet, também por um mero acaso; e que gostei muito: “Quando termina de ler um livro, o jornalista Carlos Andreazza, 24 anos, agradece a viagem ao centro da literatura e dá um beijo na publicação”.

 

Loucura? Gostosura? Não sei, mas isso é o que menos importa.

 

Obs: se quiser ler o texto de Carlos Andreazza acesse:

http://www.ndc.uff.br/portaldereferencia/noticiastodas.asp?pagina=6

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SUELI BORTOLIN

Doutora e Mestre em Ciência da Informação pela UNESP/ Marília. Professora do Departamento de Ciências da Informação do CECA/UEL - Ex-Presidente e Ex-Secretária da ONG Mundoquelê.