A CRIANÇA E O LIVRO
Os Pais Como ModelosPra mim, livro é vida, desde que eu era muito pequena os livros me deram casa e comida.
Foi assim: eu brincava de construtora, livro era tijolo; em pé, fazia parede; deitado, fazia degrau de escada; inclinado, encostava num outro e fazia telhado. E quando a casinha ficava pronta eu me espremia lá dentro pra brincar de morar em livro. (Lygia Bojunga Nunes)
A relação criança/livro só ocorre com essa intensidade se os estímulos forem dados desde os primeiros anos de vida.
Assim, incalculáveis iniciativas por parte de profissionais - entre eles professores, bibliotecários e livreiros - têm sido tomadas, visando aproximar a criança do livro, despertando nela o prazer pela leitura. Porém, esses esforços podem rolar água abaixo se no dia-a-dia os pais, os maiores modelos, não se mostrarem interessados pelos livros.
Por mais simpáticos e atenciosos que sejam os profissionais do livro, nada substitui a relação afetiva entre pais e filhos no momento da leitura.
Se o pai e a mãe entram numa livraria para comprar um livro ou numa biblioteca para emprestar um livro e lê para seu filho, torna-se cúmplice dele. E essa cumplicidade é o toque mágico que aproxima, que une, que apaixona, que completa, que amplia uma relação. E esse comportamento passa a ser copiado. Essa criança tem tudo para ser um leitor.
Histórias para dormir
A prática de se contar estória antes de dormir debaixo dos cobertores, se perdeu...
Hoje, a maioria das mães trabalha fora e no final do dia está exausta. Hoje, a televisão ocupa o pouco do tempo de lazer que os adultos possuem. Assim, raras são as crianças que têm o privilégio de dormir mergulhando no mundo maravilhoso das estórias infantis.
Logo hoje, que os livros brasileiros estão cada vez mais ricos em texto e ilustração.
Campanhas estão sendo feitas para voltar-se a esses hábitos.
Professores também
Outro modelo para as crianças e jovens são os professores e deles depende também o estímulo à leitura. A indicação precisa estar envolta numa nuvem de emoção. E para que atinja o seu objetivo, o professor precisa estar atento às necessidades e interesses dos seus alunos e, no mínimo, gostar de ler.
Muitos professores, na ânsia de cumprir etapas de currículos, acabam por escolher livros desinteressantes e massantes, afastando o leitor do livro.
Leitor adulto
Se o adulto sente o desejo de recuperar o tempo e iniciar suas leituras, deve procurar leituras curtas, em geral com temas do cotidiano e de humor.
O mais importante, é que cada leitor faça o seu próprio ritmo, encontre seu caminho e consiga uma vivência prazerosa com os livros.