TRANSFORMAÇÃO E MARKETING DIGITAL


  • Esta coluna tem a proposta de convergir os temas tecnologias da informação e comunicação com o marketing digital, visando criar um novo momento de discussão para a inclusão sociodigital nas unidades de informação. Abordaremos temas como: mídias sociais, novas práticas de marketing, internet das coisas, big data, e muito mais em torno da evolução do usuário e do profissional na era digital?

COMPUTAÇÃO COGNITIVA: NOVAS PERSPECTIVA PARA A CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

 

 

Este post é sobre a computação cognitiva e como ela vai impactar a nossa vida por meio, principalmente, do marketing digital. Recentemente, uma das áreas que envolvem a Ciência da Informação teve o vislumbre da Computação Cognitiva, expondo obras de arte que interagiam com o público em tempo real na Pinacoteca de São Paulo. Então, é hora de começarmos a discutir a respeito e, acredito, que toda reflexão é benvinda quando se trata de novas tecnologias no contexto educacional. 

A origem do desejo para abordar este assunto surgiu a partir de um evento da IBM que tive a oportunidade de participar este ano. Na ocasião, pude assistir uma palestra sobre o Watson. Desde então, tenho procurado saber mais a respeito, utilizando os celebres questionamentos:

Quem é Watson?

Como vive?

Como se alimenta?

O que é computação cognitiva [você não pode dormir sem saber]

Desse modo, antes de responder as questões postas acima, vamos começar a partir da definição de computação cognitiva. Esse é um termo relativamente novo, popularizado a partir de 2011, com a repaginada da IBM. Contudo, Newell elaborou a primeira definição para computação cognitiva em 1990, descrevendo-a como um único conjunto de mecanismos para todos os comportamentos cognitivos. Em 2011, Modha acrescenta que a computação cognitiva tem por objetivo implementar uma teoria computacional unificada ao pensamento. Desse modo, tem como princípio minimizar as tarefas mentais humanas que geram conhecimento, em última instância, por meio de conceitos produzidos por pensamentos gerados pelo processamento lógico mediado, a exemplo de percepção, linguagem, aprendizado e memorização.

De forma sucinta, computação cognitiva se refere a computadores executarem ou emularem ações baseadas em aspectos cognitivos como seres humanos fazem (nasce, cresce, desenvolve e morre). Em linhas gerais: nasce o programa de computador, aprende de forma mediada, consome, troca e reproduz grandes quantidades de dados e morre (bom, esta parte final não sei).

Com o apoio de mais três colegas, Chang Lee publica um artigo em 2015 sobre o desenvolvimento da computação cognitiva, defendendo que é precipitado afirmar que a computação tradicional é superior ou inferior a computação cognitiva, uma vez que ambas estão em constante desenvolvimento.

Mas a grande questão é: Podem as máquinas pensar? Essa pergunta não é nova, mas continua cada vez mais atual e pertinente a medida que os sistemas computacionais, aplicações com base em inteligência artificial, Internet das Coisas (IoT) e o big data avançam e convergem em inovações cada vez mais complexas e ao mesmo tempo populares.

Na perspectiva da computação cognitiva, os computadores vão para além dos cálculos avançados e processamento de dados, pois eles são capazes de processar, perceber e adquirir conhecimento.

Para nossa alegria (ou desesperos de alguns), o Watson sabe falar português brasileiro. Na realidade, foi um dos primeiros idiomas que ele aprendeu. Segundo um representante da IBM, que tive oportunidade de trocar algumas ideias, a IBM tem interesse de parcerias no Brasil. E para isso, tem feito um trabalho forte de divulgação dessa inovação tecnológica por meio de vídeos, cursos e palestras.

Mas a IBM não está sozinha; outras empresas também têm trabalhado com a computação cognitiva e desenvolvido os, agora famosos, "chats boots". Então voltamos ao Watson, sendo pertinente entendermos quem ou o que é, como e onde vive, etc.

Watson's... como vivem, como se alimentam

Watson é uma aplicação, que gosto e costumo imaginar como robô computacional, capaz de aprender e responder perguntas variadas. Sim, isso mesmo que você entendeu: "aprender". Podemos considerar, então, que Watson vive no computador.

Um dos maiores exemplos que gosto de dar para entendermos a grandiosidade do Watson foi sua aparição no programa de TV, onde derrotou dois vencedores de um programa americano de perguntas e respostas.

 

Fonte da foto: IBM Nota sobre a imagem: Só para esclarecimento, Watson é o do meio!

Para responder como Watson se alimenta, vale salientar que é por grandes massas de dados. Então, o que se aplica aqui é o aprendizado, armazenamento, processamento e desenvolvimento de novas informações dependendo de pouca interação humana para tal. Como isso é possível? Por meio dos sistemas cognitivos que são sensíveis à percepção para execução de ações práticas com excelência. Basicamente isso se dá por meio do conjunto de APIs formadas por algoritmos capazes de receber como entradas dados textuais, imagéticos, e informações contextualizados.

E como essa inovação impacta na Ciência da Informação?

Os algoritmos elaborados para respostas em computação cognitiva são capazes de indexar, classificar, fazer edição, síntese de voz e fornecer resposta automáticas, dentre outras funções. O sistema cognitivo permite a síntese de resposta autônoma que aprende a responder proporcionando o engajamento com o usuário.

Um exemplo que julgo interessante foi o trabalho de Watson na Pinacoteca de São Paulo, no projeto A Voz da Arte. Na ocasião as pessoas interagiam com a obra de arte fazendo questões variadas sobre execução, período e composição artísticas, etc.

 

 

Uma das principais dificuldades com os assistentes de pesquisa, por exemplo, a ©Siri da Aplle, são aqueles identificados por Gottschalg-Duque (2005) no seu modelo de SRI Sirilico: sair da ontologia leve e realizar marcações semiológicas identificadas por Costa (2010) e citado pela consultora da EIIM, a Priscila Patricio, como padrão inferencial indutivo, tais como: 

• Falta da intencionalidade verificada no ©Watson;

• Connexiologia por sintagmas nominais ‘ontologias leves’;

• Pré-hermenêutica por similaridade à cognição humana;

• Necessidade de desenvolver ‘ações’ sintagmas verbais. 

Apesar de todo o esforço em delimitar o objeto de estudo, a Ciência da Informação ainda se encontra no impasse da fenomenologia do objeto informação. Segundo a Priscila Patricio, este aspecto dificulta viabilizar a interação entre esta área (CI) com a computação cognitiva. 

Entretanto, quando Costa (2010) delimita a fenomenologia, auxilia no sentido de sair deste impasse e enxergar a informação como um arquétipo de modelo quântico, assim como iniciou Shannon-Hartley, nos anos de 1940. 

Assim, espera-se que diante aos últimos avanços das TIC, não é mais possível se limitar em visualizar a informação como um modelo metafísico estático. É sabido que os processos cognitivos finos, como a intuição, são uma característica exclusivamente humana. Entretanto, frente a evolução da triade (tecnologia da informação, cibernética e inteligência artificial) é preciso compreender que a informação, no contexto das máquinas, também pode assumir singularidades, como a subjetividade, que interagem via sistemas, por meio de aprendizado. O processo evolutivo de Watson tem mostrado isso.

Depois de saber do que Watson é capaz, estou iniciando uma campanha: Watson para presidente do Brasil! Então junte-se a nós nesta empreitada! e deixe o seu gostei.

 


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BARBARA COELHO

Doutora em Educação, mestrado e pós-doutorado em Ciência da Informação. Professora e pesquisadora da UFBA, onde coordena o Laboratório de Tecnologias Informacionais e Inclusão Digital (LTI Digital). Palestrante e autora dos livros Tecnologia e Mediação: uma abordagem cognitiva para inclusão digital, e Marketing Digital para Instituições Educacionais e Sem Fins Lucrativos.