PRÁTICA PROFISSIONAL E ÉTICA


  • A prática profissional e a ética voltadas para a área da Ciência da Informação.

PRÁTICA PROFISSIONAL E ÉTICA: SERÁ BOM O ANO NOVO?

O ano de 2011 está se encerrando como um evento social cuja existência se manifesta pela existência de um registro: o calendário. Mas, como chegou ele e como sairá no âmbito do cotidiano bibliotecário?

 

Olhando um pouco para o final de 2010, 2011 seria o ano em que formalmente se completariam os 100 anos da criação do primeiro Curso de formação de bibliotecários no Brasil, a contar do ato que o estabeleceu na Biblioteca Nacional. Aí já se deu o primeiro espanto. Como muitas das coisas criadas no Brasil nessa também não havia o que comemorar, pelo simples fato dessa efeméride demarcar uma atitude burocrática. Esse Curso só seria implantado de fato em 1914 e como recurso interno da Biblioteca para preparar seus quadros. Não havendo o que comemorar em relação à educação de bibliotecários, poder-se-ia mirar em outras facetas da realidade nacional que, traduzidas em serviços para estimular a formação de leitores, desse a dimensão de quanto este país poderá permitir que Bibliotecas sejam instrumentos de efetivo crescimento e progresso.

 

Mas o que há? Infelizmente não consigo ver o que se possa exultar.

 

Que importa ter algo a comemorar se ao menos se pode ter algo por que esperar! E eu digo que tenho uma coisa pela qual vou esperar e se acontecer ficarei satisfeito por constatar o feito.

 

No ano de 2009 tomei parte de uma ação que, tendo sido iniciativa apoiada pela Coordenação do Grupo de Trabalho 6 – GT6 (Informação, Educação e Trabalho) da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Ciência da Informação – ANCIB, espaço em que se discutem os resultados de investigações sobre a formação de profissionais, mercado, ética, etc., poderia configurar a interação entre o lugar onde se discute os caminhos da produção de dado conhecimento e as instâncias que são parte do objeto de investigação; mas não só isso, como o lugar real onde se encontram as pessoas e as dúvidas sobre o seu fazer profissional e seu espaço social. Muito bem, seria uma forma de testar até onde o espaço da discussão da investigação em Ciência da Informação poderia colaborar com a organização dos meios para que se fizesse a discussão das condições concretas de atuação das entidades de representação profissional e científica da Ciência da Informação no Brasil.

 

Naquele ano de 2009, em outubro, o X ENANCIB foi realizado na cidade de João Pessoa, capital do Estado da Paraíba. O calor do clima e das pessoas daquele e das que estavam naquele lugar propiciaram uma fraterna avaliação das condições de se pensar sobre estratégias para se construir o fortalecimento e a interconexão das entidades da Ciência da Informação no Brasil. Dessa primeira reunião, participaram um número significativo de interessados e as lideranças da ABECIN, ANCIB, CFB e FEBAB, todos entusiasmados com a ideia. Decidiu-se que até o próximo ENANCIB, o XI, que viria a ser na cidade do Rio de Janeiro, seriam feitas algumas tarefas no âmbito das entidades a fim de ir sendo construída a interação e assentadas as ideias.

 

Em outubro de 2010, no XI ENANCIB, fez-se a Reunião, agora com a noção de que se estava constituindo um FÓRUM, o Fórum das Entidades da Ciência da Informação no Brasil. Nessa segunda reunião, novamente acolhida pelo GT6 da ANCIB, com significativo número de participantes e representantes ou dirigentes das mesmas entidades que participaram da primeira reunião, discutiu-se e tirou-se deliberações para a realização de duas reuniões em 2011: uma, de caráter preparatório, por ocasião do CBBD realizado em agosto na cidade de Maceió e a outra, a terceira reunião do Fórum, por ocasião do XII ENANCIB, realizado no mês de outubro na capital federal, Brasília. Desta feita, o acolhimento da reunião do Fórum das Entidades foi de iniciativa da própria ANCIB, com a infra-estrutura assegurada pela Faculdade de Ciência da Informação da UNB, a anfitriã do Encontro de Pesquisadores brasileiros da Ciência da Informação, neste ano.

 

A esta terceira reunião, além das entidades participantes nos anos anteriores, compareceram lideranças do Sindicato dos Bibliotecários do Estado do Rio de Janeiro e do Grupo de profissionais da Documentação e Informação Jurídica.

 

Ao final da reunião, após todas as lideranças profissionais presentes se manifestarem, chegou-se a um encaminhamento que está ensejando a pergunta que coloquei como título desta mensagem: será bom o ano novo?

 

É que foi apontada a possibilidade do Conselho Federal de Biblioteconomia oferecer no início de 2012 para as demais entidades uma oficina na qual seriam discutidas estratégias de planejamento e organização de ações nas entidades de representação científica e profissional.  Por que isso é relevante? Todos sabem que nos últimos anos, cinco a seis, o CFB, fruto de um notável esforço de organização, deu um salto qualitativo em seu funcionamento. Como que ele fez isso? Como se pode fazer isso? São estas questões que mobilizariam essa oficina.

 

Por apostar que venha a ocorrer essa atividade e que a partir dela as demais entidades poderão ter posse dessa tecnologia organizacional, redefinir suas estratégias políticas e operacionais é que expresso a convicção de que poderemos estar caminhando para um bom ano novo.

 

Boas festas!


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FRANCISCO DAS CHAGAS DE SOUZA

Docente nos Cursos: de Graduação em Biblioteconomia; Arquivologia; Mestrado e Doutorado em Ciência da Informação da UFSC; Coordenador do Grupo de Pesquisa: Informação, Tecnologia e Sociedade e do NIPEEB