DETECTOR DE MENTIRA POR E-MAIL
Cientistas norte-americanos garantem que criaram método para identificar uma mentira contada em mensagem eletrônica
Cientistas da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, anunciaram no fim de fevereiro, início de março, ser capazes de identificar uma mentira contada por e-mail. Analisando cinco características de textos falaciosos, identificaram “pistas” que mentirosos deixam em textos escritos.
Segundo os cientistas, a margem de acerto nos testes é de cerca de 70%. Os conhecimentos podem ser condensados em um programa de computador disponível já a partir do próximo ano.
Textos falsos têm, por exemplo, 28% mais palavras que textos verdadeiros, descobriram os cientistas. Mas a ocorrência de frases casuais, que possam despertar ambigüidade, é bem menor nos verdadeiros que nos mentirosos. Mais detalhadas que as verdades, mentiras são contadas por meio daquilo que os pesquisadores chamaram de “expressões de sentido”, como “sentir”, “ver”, e “tocar” – usadas para criar um cenário que nunca existiu.
Mentirosos desconfortáveis com a própria lorota tenderiam ainda a usar palavras com sentido negativo, como “triste”, “estressado”, “irritado”. E, finalmente, tentam se distanciar de seu embuste usando pronomes de terceira pessoa, como “ele” e “ela”.
A Universidade vai destinar US$ 680 mil (quase R$ 1,5 milhão) para o desenvolvimento de um detector digital de mentira, informa o Cornell Chronicle, jornal oficial da instituição. Para os cientistas, o dispositivo poderá ser usado para identificar fraudes financeiras e criminosos que planejam crimes on-line.
O professor Jeff Hancock, coordenador do estudo, disse que, mais que ajudar as pessoas a identificar mentirinhas privadas contadas por seus parceiros amorosos, a pesquisa pode ter diversos usos públicos.