ARGENTINA ABRE ARQUIVOS DA DITADURA MILITAR
Na véspera do 30º
aniversário do golpe militar de 1976 na Argentina, o governo do país anunciou
que tornará públicos os arquivos secretos da ditadura
(1976-1983).
Ao fazer o anúncio, a ministra da Defesa, Nilda Gerré,
garantiu que o governo não colocará restrições à divulgação de documentos
mantidos pelas Forças Armadas.
Depois de
serem tornados públicos, os documentos deverão ser encaminhados ao Arquivo
Nacional da Memória.
A abertura dos
arquivos militares deverá ajudar a acelerar investigações de violações de
direitos humanos cometidas durante a ditadura militar no país.
Organizações de direitos humanos estimam
que cerca de 30 mil pessoas desapareceram entre 1976 e 1983, quando a ditadura
argentina acabou.
Os documentos
desclassificados a partir desta quarta-feira podem fornecer provas para
processos reabertos em 2003, quando as leis de anistia aos militares foram
anuladas.
O decreto do Ministério da
Defesa estipula que "se garanta o acesso irrestrito à informação sobre os fatos
gravíssimos ocorridos em nosso país durante a última ditadura militar".
O aniversário de 30 anos do golpe
militar, no dia 24 de março, será antecedido por uma cerimônia nesta
quinta-feira, na qual o presidente Néstor Kirchner vai prestar uma homenagem a
militares desaparecidos e restituir o cargo a um militar envolvido com a defesa
de direitos humanos.
Na sexta-feira uma
manifestação na Praça de Mayo com o tema "Nunca Mais" vai marcar os 30 anos do
golpe.