GERAL


EX-PRESIDENTE DA BIBLIOTECA NACIONAL É MULTADO PELO TCU POR NEGLIGÊNCIA EM CASO DE FURTO DE FOTOS RARAS


Rafael D'Angelo

 

RIO - O bibliófilo Pedro Corrêa do Lago, ex-presidente da Biblioteca Nacional, e a ex-coordenadora geral de planejamento da instituição Maria da Glória Lopes Pereira foram multados em R$ 36 mil cada um pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e proibidos de exercer cargos em comissão no serviço público federal por oito anos. Os dois tiveram as contas de 2005 julgadas irregulares pelo TCU, por conta do furto, em julho daquele ano, de 991 fotos raras do acervo da biblioteca, avaliadas em R$ 7,55 milhões. Segundo o tribunal, houve negligência dos gestores ao não investirem em segurança.

 

Maria da Glória Lopes Pereira não foi encontrada para comentar o assunto. Pedro Corrêa do Lago está em viagem no exterior, mas segundo seu advogado, Raphael Duarte, vai recorrer da decisão.

 

- O STJ entende que só deve haver condenação quando o gestor age com intenção, o que não foi o caso. Ele comunicou o furto e tomou todas as providências cabíveis. Além disso, o furto foi durante a greve dos servidores, quando a segurança estava fragilizada. Há uma perseguição política ao Pedro Corrêa do Lago - afirmou o advogado.

 

Atualmente, segundo a diretora do Centro de Referência e Difusão, Mônica Rizzo, o levantamento das obras de arte na biblioteca é realizado de forma continuada.

 

No ano passado, a Divisão de Iconografia, de onde as fotos foram furtadas, ficou fechada de julho a dezembro para que fosse realizado o inventário das imagens e obras do acervo. Ainda segundo Mônica, desde 2006 um novo sistema de monitoramento foi implantado, em um projeto que custou R$ 1,7 milhão, com câmeras, sensores de movimento e central de monitoramento.

 

Acusados pelo furto respondem em liberdade

 

As 991 fotos foram furtadas em 20 de julho de 2005, incluindo imagens capturadas por Marc Ferrez, fotógrafo oficial da Corte. Em outubro de 2007, cinco acusados pelo furto foram presos quando iam roubar a Casa de Ruy Barbosa, em Botafogo. A quadrilha, especializada em furtar obras de arte, também é acusada de roubos de documentos no Museu Nacional, na Fiocruz e no Arquivo da Cidade. Dos cinco, quatro respondem ao processo em liberdade e um está preso, por conta de outro processo. Apenas 101 fotos levadas da biblioteca foram recuperadas.


Divulgado por Elon F. Lima - Enviado para "bibliotecarios" em 06/10/2010

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OSWALDO FRANCISCO DE ALMEIDA JÚNIOR

Professor associado do Departamento de Ciência da Informação da Universidade Estadual de Londrina. Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da UNESP/Marília. Doutor e Mestre em Ciência da Comunicação pela ECA/USP. Professor colaborador do Programa de Pós-Graduação da UFCA- Cariri - Mantenedor do Site.