NUVEM PASSAGEIRA/NUVEM MENSAGEIRA
Nuvem Passageira Hermes de Aquino Que com o vento se vai Eu sou como um cristal bonito Que se quebra quando cai Não adianta escrever meu nome numa pedra Pois esta pedra em pó vai se transformar Você não vê que a vida corre contra o tempo Sou um castelo de areia na beira do mar Que com o vento se vai Eu sou como um cristal bonito Que se quebra quando cai A lua cheia convida para um longo beijo Mas o relógio te cobra o dia de amanhã Estou sozinho, perdido e louco no meu leito E a namorada analisada por sobre o divã Que com o vento se vai Eu sou como um cristal bonito Que se quebra quando cai Por isso agora o que eu quero é dançar na chuva Não quero nem saber de me fazer, vou me matar Eu vou deixar um dia a vida e a minha energia Sou um castelo de areia na beira do mar |
Nuvem Mensageira Fernando Modesto Que pela internet se vai Eu sou recurso virtual infinito Que se quebra se a rede cai Não adianta escrever o nome em ficha impressa Pois esta ficha é metadados a se digitar Você não vê que a Biblioteca corre contra o tempo Deixou o acervo na teia pra navegar
Eu sou nuvem mensageira Que pela internet se vai Eu sou recurso virtual infinito Que se quebra se a rede cai A tela cheia convida para um longo passeio A tecnologia te cobra ousadia amanhã Sou bibliotecário perdido e louco no novo documento E a usuária virtualizada pede no écran Eu sou nuvem mensageira Que pela internet se vai Eu sou recurso virtual infinito Que se quebra se a rede cai Por isso agora o que eu quero é mudar pra nuvem Não quero nem dispor só o saber, vou desmaterializar Eu vou deixar o registro da vida noutra energia Mudou a biblioteca de areia pra beira do olhar |