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CARTAS DA BIBLIOTECA PÚBLICA: EM ALGUM LUGAR DO PASSADO

Durante o mês de março de 2012, no Brasil, várias comemorações alusivas ao dia do Bibliotecário foram realizadas. Eu tive o prazer de participar de uma, em especial da organização do Seminário Regional de Biblioteca Pública de Ubatuba/SP, em colaboração com as bibliotecárias: Maria Helena T. C. Barros e Regina Celi de Sousa. A Biblioteca Pública é entre os outros tipos de bibliotecas, aquela de maior complexidade e significância social e cultural. É, também, a que mais carece de políticas públicas especificas e eficientes para a sua operacionalização e sobrevivência.

 

Confesso que, como bibliotecário, invejo aos colegas que trabalham nesse serviço de informação. Aliás, recém-formado em biblioteconomia pela PUC Campinas/SP, eu participei de um processo seletivo para trabalhar na Biblioteca Pública Municipal da cidade de Americana/SP. Não obtive a vaga. Em 1982, tentei um concurso público para o Sistema de Bibliotecas Públicas do Município de São Paulo. Não logrei êxito, meu destino profissional era outro, mas ficou a admiração por uma área na qual não atuei profissionalmente, porém sempre defendi e valorizei na minha militância em órgãos de representação da profissão.

 

Encaminhado na carreira de bibliotecário, tive a oportunidade de trabalhar, por um curto período de tempo (curto mesmo), no Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas do Estado de São Paulo - SEBP. Foi em meados dos anos de 1990, não sei precisar a data exata. Aceitava convite do Luis Milanesi, além do desejo por vivenciar uma experiência que foi marcante, impactante e decepcionante. Apesar de trabalhar em uma empresa pública, fora a primeira vez em que atuava numa estrutura da administração pública direta do Estado. Tomava noção da burocracia e da influência política que norteava a Secretaria de Estado, no caso a Secretaria da Cultura.

 

A minha definição deste período foi frustração. Apesar do idealismo dos bibliotecários envolvidos com o projeto do SEBP, e da vontade de construir algo positivo, infelizmente os interesses políticos instalados na esfera do poder público do Estado desestimulavam continuamente qualquer ação de criatividade ou de enfoque social.

 

Em um dia maçante, mexia em um armário, quando encontrei entre vários outros papéis, um conjunto de envelopes brancos de ofício, amarrados com barbante.

 

Ao recordar o fato, vem á mente o filme dirigido por Clint Eastwood: Cartas de Iwo Jima (Letters from Iwo Jima), de 2006. O longa-metragem é a continuação de “A Conquista da Honra”. Ambos abordam a batalha da ilha de Iwo Jima, localizada no arquipélago asiático. O conflito é considerado um dos maiores da Segunda Guerra Mundial. Um belo filme, do qual destaco o seu final quando as cartas dos soldados japoneses mortos na luta travada são encontradas enterradas na caverna em que eles se escondiam. São entregues décadas depois aos familiares. Nelas se registram as esperanças, os sonhos e as frustações daqueles soldados. Apesar do subtítulo deste texto fazer alusão a outro filme: Em Algum Lugar do Passado, de 1980, e no qual a biblioteca tem um papel importante.

 

Bom, as cartas encontradas eram da década de 1980 ao inicio de 1990 ou 1992. Escritas pelos bibliotecários “pioneiros” que, acreditando em um sonho, ou imbuídos do idealismo profissional, migraram como novos bandeirantes da informação e da cultura, para trabalhar nas bibliotecas públicas municipais de pequenas e médias cidades do interior do Estado de São Paulo.

 

Afinal, o Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas fora criado em 1982, sob o Governo de André Franco Montoro. Assim, as cartas descreviam experiências, sonhos, desejos e frustações dos bibliotecários públicos. Não pediam respostas, mas liberdade de expressão. Era a fotografia de um tempo, de um cenário profissional, e a esperança de uma profissão viva. Missivas da história. O poeta Carlos Drummond de Andrade, em seu poema “Carta”, nos diz:

 

Há muito tempo, sim, não te escrevo / Ficaram velhas todas as notícias / Eu mesmo envelheci: olha em relevo / estes sinais em mim, não das carícias / (tão leves) que fazias no meu rosto: / são golpes, são espinhos, são lembranças / da vida a teu menino, que a sol-posto / perde a sabedoria das crianças / A falta que me fazes não é tanto / à hora de dormir, quando dizias / "Deus te abençoe", e a noite abria em sonho / É quando, ao despertar, revejo a um canto / a noite acumulada de meus dias, / e sinto que estou vivo, e que não sonho.

 

Hoje o cenário deve ser diferente (mas não muito apesar de 20 anos passados. Ainda que queira me iludir nessa intenção). Em algum lugar do passado aconteceram fatos que não podem ser esquecidos até para o aperfeiçoamento do tempo presente. Na leitura, eu viajei no tempo, anotei alguns dados, mas não conheci ou identifiquei os autores. Devolvi as cartas ao seu sepulcro, amarradas ao barbante silenciador. As palavras ficaram gravadas na mente, de forma dormente, mas não leniente quando revividas em momentos de discussão sobre as bibliotecas públicas, como ocorrida na cidade de Ubatuba.

 

Além do desabafo, as cartas traziam reflexões sobre fatores estimuladores e desestimuladores do trabalho nas bibliotecas públicas municipais, conveniadas (a época) ao SEBP. Não as apresento sistematizadas ou na integra, até por limitação de espaço. Apenas listo algumas das inquietações manifestadas, e que imagino hoje em parte superadas.

 

Mas a memória e a história são sempre importantes de serem reconhecidas para evitar sua repetição, se ruinosa ou dolorosa. Os jovens bibliotecários precisam saber de seu legado e de seu fardo profissional.

 

Importa salientar que da leitura do material, foi significativo por vir ao encontro do delineamento de propostas pretendidas pela Divisão de Bibliotecas, de reforçar as 300 unidades conveniadas, firmando-as como serviços de informação pública, incluída a informação cultural.

 

Era necessário elaborar diagnóstico que visualizasse o Sistema Estadual de Bibliotecas. Essencial para o estabelecimento de novos caminhos a serem abertos e/ou consolidados. Na formulação das estratégias, não se limitava ao estudo estatístico de desempenho operacional ou de infraestrutura das bibliotecas públicas. Era preciso considerar a variável “fator humano”, quase sempre negligenciado, em especial, nas políticas para bibliotecas públicas definidas na esfera do Governo Federal, desde sempre.

 

Em relação às reflexões dos bandeirantes bibliotecários sobre o trabalho em bibliotecas, no interior do estado de São Paulo, destacamos:

 

Precisa ter uma postura profissional.

 

Deixar claro que as atribuições bibliotecárias não se limitam em organizar coleções e atender estudantes.

 

Atuar dentro da biblioteca de uma forma realista, convivendo diariamente com seus problemas e enfrentando-os com objetividade e criatividade.

 

Deve ter um grande amor pela profissão, pois os desestímulos são muitos.

 

Podem ser várias as interpretações, porém ressaltam a necessidade dos bibliotecários atuarem com dinamismo, buscando um modelo diferencial ao tradicional não enraizado em normas, mas na adoção de criatividade em seu trabalho, fundamentada pela paixão profissional.

 

Uma questão deliciada, no período, foi o fato da biblioteca pública sofrer da ingerência politica. O prefeito do turno, o partido político do turno, o secretário indicado do turno. A biblioteca pública é sempre definida como programa de governo da hora, e nunca como política de estado.

 

Neste sentido, pouco adianta formular uma política cultural, uma política de informação ou política de bibliotecas, se a outra “política” não possibilita um diálogo democrático e de cidadã. Neste aspecto, nas manifestações sobre as realidades vivenciadas, destacamos:

 

Como é que uma biblioteca pode se transformar em centro Cultural se o básico, o que mais atrai as pessoas para ela, que são os livros não podemos oferecer (só tem novidade de no máximo 1987) [em carta de 1990].

 

Toda biblioteca pública depende de dois fatores básicos para o desempenho de suas atividades. Primeiro é força de vontade e a persistência do profissional, e a outra é a posição política entre este e o prefeito, a qual dará maior ou menor apoio às necessidades da biblioteca, dependendo de seu objetivo e prioridades políticas.

 

Lutar não só para conseguir mais verbas. Lutar para que se mude a mentalidade das pessoas, contra valores das pessoas, às vezes tão arcaicos, tão absolutamente arraigados...

 

A biblioteca ainda possui aquela imagem de depósito de livro, onde os funcionários só ficam lendo o dia todo. E a imagem que fazem de nós bibliotecários então chega a ser folclórico.

 

Realça, entre outros aspectos, que a biblioteca pública para a sua expansão social dependia do talento, e da competência do bibliotecário em promover seu trabalho, e conquistar seu espaço no ambiente social e político local. A questão restritiva, as pessoas que detinham o poder, a liderança política e a influência social dificilmente seriam mudadas para a direção de um projeto bibliotecário, sem um convencimento sobre a importância da biblioteca e do bibliotecário. Tipo de ação que não se aprendia nos cursos de Biblioteconomia, mas que advinha somente com a maturidade profissional e o respaldo da profissão.

 

As manifestações a seguir indicam que os bibliotecários responsáveis pelas bibliotecas conviviam com realidades díspares e situações contrastantes, no que se refere às questões salariais.

 

E o salário então? Nós bibliotecários que atuamos nas bibliotecas públicas, trabalhamos por amor a elas e aos nossos usuários.

 

A questão salarial é muito séria entre nossa categoria profissional, principalmente pelo interior, onde poucos reconhecem a importância do bibliotecário e, além desse fator, tem que se levar em conta, também, a arrecadação de impostos de cada município, onde irá determinar o nível salarial.

 

A política salarial adotada pelas prefeituras Municipais é muito vulnerável. Não existe órgão reivindicatório representativo de funcionários públicos municipais. Na maioria das cidades do interior, a atualização salarial fica a cargo da boa vontade do prefeito ou dos vereadores.

 

Esse quadro de vencimentos baixíssimo deve-se à falta de plano de carreira dentro do município. Um indivíduo que fez 3º grau pode até receber o mesmo salário de um analfabeto, desde que o mesmo responda por um cargo de chefia.

 

Ao mesmo tempo em que se projetava um perfil mais dinâmico ao bibliotecário público municipal, se deparava com situações que afetavam a gestão das bibliotecas e era uma angústia aos profissionais, a questão financeira. Em alguns municípios, o salário era do tipo “Cebola” – você pega, olha e chora. Em outros, o salário era do tipo matemático – “mais por menos". Mais trabalho por menos dinheiro.

 

Muitos bibliotecários aderiram ao Sistema sem clareza antecipada do que iriam encontrar. O Estado de São Paulo apesar do desenvolvimento econômico reconhecido contém em seu interior desníveis sociais e econômicos gritantes. Fatores que afetavam as bibliotecas. Afinal, em qualquer área há necessidade de profissionais qualificados, e eles têm um custo mínimo que não se pode relevar.

 

Sobre a relação do Bibliotecário com o Prefeito, as manifestações salientam dificuldades de comunicação.

 

Quando foi criada a função de bibliotecário, na prefeitura, não se exigia curso universitário.

 

De uma coisa tenho certeza esta biblioteca não significa nada para ele. Até mesmo os livros a serem comprados são de enorme sacrifício, nada tenho conseguido.

 

Contra a ignorância não há argumento, tanto os edis, quanto o próprio alcaide acham que bibliotecário é mero entregador de livro e “para quê” comprar mais livros se já tem bastante.

 

Empurram “restos” de livros e pensam que é só colocá-los nas estantes e depois entrega-los aos usuários.

 

Para eles (prefeitos/políticos) é dinheiro jogado fora, pagar bem uma bibliotecária para arrumar livros (no conceito deles), sendo que qualquer funcionário da prefeitura pode fazer este serviço.

 

No nosso município, apesar dos esforços, o relatório das atividades que era enviado mensalmente para o prefeito, foi dispensado, isto é, não querem saber nem o que se passa na biblioteca, o que é realizado, nada.

 

Nas manifestações elencadas, nota-se uma série de desestímulos a atividade bibliotecária dedicada em construir um sistema de bibliotecas públicas. Nessa linha de posicionamento arrolam-se outros fatores à falta de estimulo.

 

As prefeituras destinam suas verbas no inicio de cada ano para as suas diferentes áreas de atuação. A verba da biblioteca é sempre irrisória.

 

Falta de verba para atender as solicitações dos usuários. Que descontentes se afastam.

 

A eterna e velha conhecida “falta de verba” para material, projetos, livros etc. Sempre tem alguma coisa mais urgente e mais importante que a biblioteca.

 

A desunião entre as diversas atividades e mesmo Departamentos da Prefeitura, em realizar conjuntamente uma promoção qualquer, principalmente porque todos querem ser pais da “criança” e dai nada se faz; a dificuldade de entendimento dos vários segmentos em entender que a biblioteca cabe em qualquer lugar, e que o bibliotecário é um profissional capacitado para assessorá-lo, é um colaborador e um pesquisador em potencial.

 

Não reconhecimento do real valor e função da biblioteca. Existe sério problema da compatibilidade associada a hierarquia, ou seja, a biblioteca não pode se sobressair, se destacar de tal forma que “coloque” a Secretaria Municipal de Cultura numa posição inferior.

 

A falta de pessoal para nos auxiliar, o que dificulta criar e incrementar nossas atividades.

 

Pode ser radicalismo não citar a falta de verba para aquisição de livros, da falta de espaço da Biblioteca Pública, do desinteresse da administração pública, etc..., etc..., mas eu tenho plena consciência que meu desestímulo maior é financeiro.

 

Há fatores de desestímulo. O isolamento e a desatualização em relação aos profissionais dos grandes centros é um destes fatores; isso até pelo fato do trabalho em bibliotecas públicas ser muito ligado à comunidade, o que exige muita dedicação, não tendo o profissional sequer tempo para participar de cursos, seminários, congressos, etc. Levando-se em conta também, a distância da maioria dos municípios e dos locais onde são promovidos os eventos.

 

As colocações indicavam que o SEBP deveria confrontar a situação, e atuar na promoção de programas de capacitação e de suporte profissional, que contribuíssem para minorar a defasagem sentida pelos bibliotecários.

 

Buscar mecanismos de sensibilização dos gestores públicos locais sobre o papel do trabalho bibliotecário, e da necessidade de condições para a operabilidade social e cultural da biblioteca.

 

Também era claro que o desestímulo manifesto pelos bibliotecários decorria de um desejo natural de todo ser humano, a auto-realização pessoal e profissional.

 

Quanto aos estímulos, na opinião dos bibliotecários, eles existiam. Listam-se alguns que norteavam os profissionais.

 

Os estímulos são poucos, tão poucos que é difícil saber o porque continuamos pode ser resumido em uma única frase: amor à profissão ou pura teimosia, é difícil saber.

 

A atuação da Sociedade Amigos da Biblioteca Pública constitui outro fator de estímulo, na medida em que luta pela sobrevivência das bibliotecas e chama a atenção da comunidade para elas.

 

O trabalho em bibliotecas municipais do interior proporciona certa satisfação profissional, já que o bibliotecário tem possibilidade de desenvolver um trabalho que é único, diversificado e criativo, e através deste pode até se tornar um membro ativo da comunidade, ganhando respeito e as vezes notoriedade.

 

O contato direto com o público, oferece oportunidade de se manter relacionamento com pessoas de vários níveis, raças, línguas. Enfim, conhecer melhor a comunidade, tornando viável o crescimento dos usuários e funcionários em todos os aspectos.

 

O estímulo é saber que o usuário tem conhecimento da existência de um local onde ele pode recorrer para obter as informações que ele deseja, pode fazer algo pela criança tem sido o motivo de minha permanência aqui.

 

Ver crianças adquirindo o hábito de frequentar e usar a biblioteca.

 

Das cartas também se extraia sugestões dos profissionais para tentar superar as dificuldades encontradas.

 

O salário é baixo porque o piso salarial é baixo. Sei que para bibliotecas públicas o salário varia de acordo com o orçamento de cada município, mas crio que deveria se estabelecer um piso maior, e que isso fosse cobrado da prefeitura e ainda comunicado ao bibliotecário, uma vez que não sabemos nunca se eles seguem piso salarial ou em que se baseiam para estabelecer o salário.

 

Acredito que uma boa sugestão é informar a todos os prefeitos que o cargo de bibliotecário é de nível e deveria ser igualado aos outros profissionais liberais de diferentes profissões.

 

Uma divulgação em nível estadual conscientizando os professores seria muito interessante, pois se o aluno fizesse mais uso das bibliotecas também cobrariam mais o enriquecimento das mesmas, e daqui a alguns anos, se tornaria também um estabelecimento de importância para a população e não só para algumas pessoas.

 

O que está faltando é a união entre os profissionais bibliotecários em relação a esses assuntos (bibliotecas públicas). Devemos discutir, batalhar, trocar ideias.

 

Polizelli (2008) ao abordar a problemática da chamada Sociedade da Informação, salienta que a mesma deve ser entendida como uma série de práticas cotidianas e não necessariamente técnicas (também culturais, legais e profissionais), com a finalidade de melhorar as condições de vida da população. Aspecto que precipitou e permitiu o desenvolvimento tecnológico nos Estados Unidos. Ressalta que os peregrinos (imigrantes protestantes do século XVII), antes de saírem da Inglaterra para colonizarem os Estados Unidos, pesquisaram e documentaram em detalhes a viagem. A própria Guerra da Independência, além das questões econômicas, expressava a reação contra a ameaça de liberdade de informação por parte do governo colonial inglês. Desde a metade do século XVIII, a ideia do cidadão bem informado era conhecida pela elite da sociedade norte-americana. Uma das bases de desenvolvimento da Sociedade da informação nos Estados Unidos foi a educação e as atividades ao seu redor. Em 1836, um grupo de conhecidos líderes de 26 estados promoveu a Sociedade Americana para a Difusão do Conhecimento Útil com o propósito de difundir conhecimentos diretamente aplicáveis para a população e para o trabalho. O elevado número de pessoas alfabetizadas permitiu a constituição de uma rede nacional de bibliotecas públicas, imprensa (quinhentos jornais em 1840), correios (13,5 mil localidades em 1840), telégrafos (1840 a 1870, que criou bases para um mercado nacional de consumo).

 

No Brasil atual, o desafio ainda é grande. A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, do Instituto Pró-Livro (IPL), informa que 75% da população brasileira jamais pisou numa biblioteca - apesar de quase o mesmo porcentual (71%) afirmar saber da existência de uma biblioteca pública em sua cidade e ter fácil acesso a ela. Apenas 8% dos brasileiros frequentam a biblioteca, enquanto 17% o fazem de vez em quando. Além disso, o uso frequente desse espaço caiu de 11% para 7% entre 2007 e 2011. A maioria (55%) dos frequentadores é do sexo masculino. Questionados sobre o que a biblioteca representa 71% dos participantes responderam que o local é "para estudar". Em segundo lugar aparece "um lugar para pesquisa", seguido de "lugar para estudantes". Só 16% disseram que a biblioteca existe "para emprestar livros de literatura". "Um lugar para lazer" aparece com 12% de respostas.

 

Assim como em algum lugar do passado, também no presente temos que batalhar uma presença efetiva na sociedade. Seja falando às pessoas na rua, seja tuitando e seguindo as pessoas na internet. De bandeirantes da informação a internautas, é preciso materializar na sociedade a contribuição que o trabalho bibliotecário pode dar a elas.

 

Indicação de leitura:

 

Polizelli, Demerval Luiz. Sociedade da Informação: iniciando o debate. Em: Polizelli, Demerval Luiz; Ozaki, Adalton M. (org.). Sociedade da Informação: os desafios da era da colaboração e da gestão do conhecimento. São Paulo: Saraiva, 2008.

 

Veiga, Edison; Saldaña, Paulo. Cerca de 75% dos brasileiros jamais pisaram em uma biblioteca, diz estudo. Jornal O Estado de São Paulo. 28 de março de 2012. Disponível em: http://migre.me/8vwCH

 

Retratos da Leitura no Brasil. Instituto Pró-Livro, 2011. Disponível em: http://www.cultura.gov.br/site/wp-content/uploads/2012/03/Retratos-da-leitura-no-Brasil.pdf

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FERNANDO MODESTO

Bibliotecário e Mestre pela PUC-Campinas, Doutor em Comunicações pela ECA/USP e Professor do departamento de Biblioteconomia e Documentação da ECA/USP.