SOFTWARES MATADORES PARA BIBLIOTECÁRIOS VIVOS
Creio que muitos colegas já se depararam com a
situação, por vezes desesperadora, de terem apagado um arquivo equivocadamente.
Pior ainda é quando a perda foi provocada por terceiros. Recentemente, lendo
matéria publicada no Jornal “O Estado de São Paulo”, de
26/06/2006 (caderno LINK, p. L4), sobre a perda de arquivos no computador e sua
possível recuperação, recordei a história de um professor que acidentalmente
formatou o disco rígido (hard drive – HD) do único computador de
seu Departamento (não houve comando unformat
ou undelete
que resolvesse estrago feito). Um equipamento compartilhado por vários docentes.
Certamente, não foi linchado pelos seus pares, mas passou a ser lembrado sempre
como o professor “format C”.
Este fato transcorreu na realidade, em uma época na
qual o modelo dominante de microcomputador era o PC-XT ou popularmente conhecido por
“xtreco”, com “xnada” de recursos e recheados com o sistema operacional de dar
DOS.
Uma época não muito distante, onde os recursos
tecnológicos eram poucos, e os usuários começavam a balbuciar o bê-a-bá na
cartilha “Caminho Suave”
da informática. Uma fase de aculturação tecnológica; de muitos equívocos no uso
do computador e na perda de registros eletrônicos.
Com a evolução dos equipamentos e dos programas, os
recursos de segurança evoluíram na mesma proporção que a nossa capacidade de
provocar desastres operacionais inesperados ou inconscientes. Para os bibliotecários, filhos do Windows, educados no uso da
lixeira (para descartes de registros considerados inúteis), os dramas não são
menos doloridos. Afinal, a lixeira precisa ser esvaziada para melhorar o espaço
no HD.
O mesmo periférico pode precisar ser formatado por
algum problema técnico ou infecção por vírus. O arquivo pode ser perdido, também, pela
ação descuidada de alguém ou aquele “filhinho” da mamãe que indo á biblioteca o
deixa brincando nos equipamentos.
Os enredos dramáticos são variados. Muitas vezes sem solução, em outras
podendo ser minoradas com o uso de ferramentas certas aplicadas pelo
bibliotecário no devido momento.
Neste sentido, há programas úteis de se ter na
biblioteca para a necessidade de recuperar um arquivo apagado. Estes sistemas
podem ser comerciais, ou freeware que
é um tipo de software de uso
gratuito. Normalmente, seu código fonte é fechado e a comercialização proibida.
Programa
freeware
Restoration versão 2.5.14 – disponível em: www.snapfiles.com/get/restoration.html
Realiza recuperação de arquivos apagados. Pode ser
executado a partir de um disquete, o que preserva conteúdo no disco rígido,
evitando cobrir os dados eliminados que necessitam ser recuperados. Também apaga
o espaço livre no disco.
PC Inspector File Recovery – disponível em:
www.pcinspector.de
Recupera arquivo eliminado no disco rígido, e também
em disquetes, em pen drives
(ou memory key, como
também são conhecidos) e em cartões de
memória.
PC Inspector Smart Recovery, versão 4.5 – disponível
em: www.pcinspector.de
Indicado para resgatar arquivos de imagens e de
vídeos dos mais diferentes formatos, apagados de qualquer tipo de cartão de
memória e produzidos com qualquer câmera digital. O sistema também vasculha o
disco rígido e mostra os arquivos recentemente apagados. Pode, ainda, recuperar
arquivos de partições corrompidas no disco rígido.
Zero Assumption Digital Image Recovery, versão 1.2 –
disponível em: www.z-a-recovery.com
Desenvolvido especialmente para recuperar imagens
apagadas acidentalmente do disco rígido ou de cartões de memória. Pode-se baixar
uma versão limitada. Versão completa é comercializada.
Programas
comerciais
GetDataBack, versão 3.03 – disponível em: www.runtime.org
Programa de uso gratuito para fins não comerciais.
Apresenta uma interface amigável, no idioma inglês. Conta com um passo-a-passo
que identifica o problema e oferece uma solução
compatível.
Recover My Files, versão 4.95 – disponível em: www.recovermyfiles.com
O desenvolvedor oferece uma versão de testes do
programa que permite encontrar arquivos perdidos e mostra uma visualização
prévia dos documentos. Para recuperá-los, no entanto, só comprando o
programa.
Norton
SystemWorks Basic Edition 2006 – disponível em: www.symantec.com.br
É um pacote contendo um programa de recuperação de
arquivos (Norton Unerase), e outro para a destruição de documentos
(WipeInfo).
Tornando
irrecuperável
Em certas ocasiões, a preocupação do bibliotecário é
com o próprio computador que necessita trocar o disco rígido, ou trocar todo o
conjunto computacional por outro de melhor configuração. Nestes casos, há
necessidade de formatar o HD como procedimento de segurança das informações
gravadas. Assim, o bibliotecário responsável pela unidade de informação deve
utilizar recursos que possibilitem apagar eficazmente todos os registros e, se
possível, com posterior formatação da unidade. Neste sentido, algumas indicações
são:
Programa
comercial
Cyberscrub – disponível em: http://www.cyberscrub.com/
Adequado para apagar os rastros de uso do
computador. Permite apagar arquivos e sobrescrevê-los com número. O programa
limpa dados de diversos programas, como o histórico de usuários de mensagens
instantâneas (ICQ e MSN). Elimina a lista do item
Documentos recentes do Windows, o histórico de sites visitados, páginas em cache e cookies
etc. O produtor libera uma versão de demonstração para
teste.
Acronis DriveCleanser – disponível em: www.info.abril.com.br/download/3423.shl
É útil ao bibliotecário para garantir que na troca
ou transferência de seu equipamento os novos usuários não venham a acessar
registros gravados no disco rígido. O Programa opera de maneira a evitar
qualquer forma de recuperação de arquivos apagados. Apresenta diversas opções de
limpeza. Apesar de rodar diretamente no Windows pode gerar um disco de boot para apagar o disco rígido e partições
contendo outros sistemas operacionais. O fornecedor libera uma versão de
demonstração para teste.
Programas
freeware
Simple File Shredder, versão 3.2 – disponível em:
www.snapfiles.com/get/simplefileshredder.html
Apaga arquivos com uns poucos clicar de mouse. Também apaga dados pessoais do
navegador e do Windows.
Darik’s Boot and Nuke, versão 1.0.6 – disponível em:
http://dban.sourceforge.net
Considerado um programa poderoso para apagar
arquivos. Gera um disco de boot que
possibilita limpar todo o conteúdo do disco rígido.
Eraser, versão 5.7 – disponível em: www.heidi.ie/eraser
Popular entre especialista é considerado um apagador
definitivo de bytes. O programa sobrescreve
as trilhas do disco rígido por várias vezes, garantindo segurança contra os
principais métodos de recuperação. Além de apagar arquivos e pastas especificas
no computador, também pode ser programado para limpar diretórios, o espaço livre
do disco rígido e o histórico de navegação na internet,
periodicamente.
Para quem deseja saber como instalar e operar um
programa de recuperação ou trituração de arquivos, tendo como exemplo o Eraser,
pode acessar um tutorial em:
http://img01.link.estadao.com.br/multimidia/infografico/saibarecuperar.pdf
Para quem
quer continuar caçando com gato
Caso o bibliotecário tenha algum tipo de restrição,
que o impeça de utilizar programas para recuperação ou trituração de bytes, não
esquecer do recurso natural do Windows. Para apagar um arquivo, o recurso
indicado é o uso da lixeira. Já, para eliminar definitivamente um arquivo, sem
enviá-lo para a lixeira, o bibliotecário deve manter pressionada a tecla Shift enquanto a tecla Delete (Del) também é pressionada. Observar
que o Windows emite aviso de confirmação da exclusão de arquivo: Tem certeza de que deseja excluir ‘nome do
arquivo’? Como de costume, escolher sim.
Para
manipular os arquivos no computador
O bibliotecário que costuma gerenciar os arquivos e
diretórios do computador com o Windows Explorer, tem uma alternativa com bons
recursos e uso gratuito (freeware), o
FreeComander – disponível em: www.info.abril.com.br/download/4477.shtml,
na versão em português e inglês. O programa pode mostrar dois diretórios em uma
mesma janela. Aspecto que agiliza o processo de cópia e transferência dos
conteúdos ou de sincronia entre os mesmos. É compatível com os programas de
compactação como o ZIP e
RAR, extraindo conteúdos de
arquivos compactados nestes padrões. Também oferece recurso para apagar arquivos
definitivamente. Outra vantagem, o programa não necessita ser instalado para
funcionar. Pode ser executado diretamente de um diretório ou. pen drives.
Conclusão
Certamente, as indicações apresentadas não são as
únicas alternativas que o bibliotecário pode encontrar. Serve como ponto de
partida na buscar de outros recursos. Com relação a apagar um arquivo
definitivamente, deve-se avaliar o grau de confiabilidade desejado no processo.
Em caso de registros valiosos para