CONSTRUINDO CONHECIMENTO NO AMBIENTE CORPORATIVO - IV
"Criar, construir, era para ele
indivisível
de conhecer e de compreender" (1)
(Paulo Valéry referindo-se a
Leonardo da Vinci)
Partindo desse ponto de vista, entende-se que o homem
criador e construtor de conhecimento, precisa necessariamente estabelecer uma
relação com o objeto, ou como denomina Morin (2), com a complexidade. Essa ação
visa a compreensão, visa conhecer.
É por meio desta relação, complexa e única, que o indivíduo constrói conhecimento. Criar, construir, conhecer e compreender são verbos que denotam uma ação individual ou coletiva, ou seja, é por meio da ação, que o fato ocorre. O sujeito cognoscente é, portanto, o protagonista do fato em si.
Qualquer espaço organizacional, entendido como um sistema componente de outros sistemas prescinde de conhecimento. A realidade apresenta fenômenos que interferem no espaço organizacional e, a partir dessas interferências, o indivíduo relê a realidade, a reconhece e a compreende. Essa dinâmica gera novo conhecimento.
No âmbito corporativo o sujeito cognoscente tem papel fundamental. Ele movimenta as dinâmicas organizacionais, ele observa os fenômenos corporativos, elabora releituras dos problemas existentes, propõe métodos e reconhece diferentes possibilidades visando à tomada de decisão.
Logicamente essas ações, ao mesmo tempo em que são individuais, são coletivas, uma vez que refletem no sistema, que por sua vez reflete no indivíduo.
Chiavenato (3) apresentando os conceitos da teoria da contingência no espaço corporativo, afirma que neste caso, a resolução de problemas tem um enfoque situacional (Figura 1):
Segundo o autor, a abordagem contingencial propõe uma análise do ambiente, e visa compreender como os sistemas intercambiam e modificam o ambiente.
A construção de conhecimento individual é primordial para a construção de conhecimento corporativo e, portanto, para a resolução de problemas neste âmbito.
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1 VALÉRY, P. Carnets de Léornard de Vinci. In: MORIN, E.; LE MOIGNE, J. L. A inteligência da complexidade. 3.ed. São Paulo: Periópolis, 2000. 263p. p.229
2 MORIN, E.; LE MOIGNE, J. L. A inteligência da complexidade. 3.ed. São Paulo: Periópolis, 2000. 263p.
3 CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da Administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações. 7.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. 634p.