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AS REGRAS E O CATÁLOGO PARA O SÉCULO XXI, SEGUNDO LUBTZKY

Aos nos defrontarmos, na atualidade, com modelos, requisitos funcionais, normativas para registros bibliográficos e as funções do catálogo, é observado que as novidades apresentadas têm indicações manifestadas por precursores na história da catalogação bibliográfica.

Fato observado por Seymour Lubetzky, em colaboração com Elaine Svenonius, ao realizar reflexão sobre a evolução da catalogação anglo-americana. A coluna deste mês toma como base a percepção dos autores e que tem por título “The Vicissitudes of Ideology and Technology in Anglo-American Cataloging since Panizzi and a Prospective Reformation of the Catalog for the Next Century” (algo como: As Vicissitudes da Ideologia e Tecnologia na Catalogação Anglo-Americana desde Panizzi e uma Reforma Prospectiva do Catálogo para o Próximo Século). A reflexão inicia a partir de Antônio Panizzi, que promoveu uma nova visão e significado para os conceitos do livro, da biblioteca e do catálogo, no âmbito dos processos bibliotecários.

Para entender os acontecimentos, os autores destacam dois eventos importantes e que influenciaram e moldaram o curso e o caráter da catalogação anglo-americana.

Primeiro Evento – Panizzi e o inquérito do catálogo

O primeiro evento, envolve Panizzi e o seu indiciamento, em 1847, por uma comissão parlamentar: Commissioners Appointed to Inquire into the Constitution and Government of the British Museum, também denominada Royal Commission. As audiências inquisitórias realizadas pela Comissão, de 1847 a 1849, trataram de assuntos sobre a administração da biblioteca e do Museu Britânico. Mas a causa e a razão mais significativa e interessante, para a instalação da Comissão e das audiências que se seguiram, foi o debate acalorado sobre as regras de catalogação preconizadas por Panizzi para a biblioteca do Museu. Os bibliotecários conhecem, das aulas de representação descritiva, a história. Entretanto, Lubetzky e Svenonius recuperam fatos e conceitos envolvidos.

Os autores ressaltam que, ao final da década de 1830, o catálogo impresso (formato livro) da biblioteca do Museu Britânico encontrava-se abarrotado com anotações de entradas, fora da ordem alfabética, sem espaço para novas entradas. Havia a necessidade de uma nova edição do catálogo; e Panizzi, então responsável pelo Department of Printed Books, foi indicado pelos Curadores para preparar essa nova edição do catálogo. Esperava-se que ele fizesse rapidamente o trabalho, organizando as entradas em ordem alfabética, e encaminhando ao impressor para publicação do catálogo.

Quando o primeiro volume do catálogo foi publicado, em 1841, surpreendeu, confundiu e irritou os curadores da instituição e a comunidade britânica de bibliotecários. O entendimento de muitos considerava que um "estrangeiro",  acolhido em asilo e com um trabalho respeitável no Museu Britânico, fosse insensível ao ignorar as regras, tradições e os costumes dos bibliotecários britânicos e dos usuários da biblioteca, ao infligir um modelo estranho de catálogo; diferente de qualquer outro modelo conhecido pela comunidade.

Um ponto de reflexão levantados pelos autores, indagam: Como as regras de Panizzi diferiam das usadas anteriormente no Museu Britânico e em outros lugares? Elas diferiam básica e especialmente pelo que o livro representa ou representava.

As regras tradicionais, então vigentes, viam os livros da biblioteca como entidades discretas, e o catálogo como um conjunto de registros elaborados para ajudar a encontrar o livro desejado sob o nome de seu autor, de seu título ou por qualquer outra pista sob a qual o usuário(a) poderia procurá-lo.

As regras de Panizzi conceberam livros como edições de obras particulares, com aqueles que representam a mesma obra a ser integrada e organizada no catálogo, em uma ordem prescrita, para que o usuário(a) na busca de um determinado livro o encontrasse em contexto com outros livros representando edições da mesma obra e, desta forma, pudesse selecionar a edição ou edições que melhor servissem aos seus interesses.

Para alcançar esse propósito, ele decidiu que nenhuma obra deveria ser inserida duas vezes no conjunto total de registros. Sempre que necessário, referências cruzadas (remissivas) seriam introduzidas (Regra LIV). Assim, edições de uma obra publicada sob diferentes nomes do autor ou de títulos não deveriam ser inseridas separadamente sob os nomes ou títulos publicados; mas serem inseridos no catálogo sob um nome do autor e de um título, com referências para informar ao usuário onde o livro ou sua edição deveria ser encontrado.

Segundo Lubetzky e Svenonius, nesta deliberação está a origem do que eventualmente foi reconhecido e adotado na Conferência Internacional sobre Princípios de Catalogação, Paris, outubro de 1961; como dois objetivos fundamentais do catálogo: (1) ajudar o leitor a encontrar um determinado livro que a biblioteca possa ter; e (2) revelar ao mesmo tempo quais edições e traduções a biblioteca pode ter da obra, e quais obras ela pode ter do autor.  

Esses objetivos referem-se ao caráter dicotômico do livro. Assim, no seu aspecto extrínseco, ele é uma entidade física separada, um artefato não relacionado a qualquer outro; no seu aspecto intrínseco, ele é um registro do pensamento e experiência humana, relacionado a outros registros do autor com o qual deve ser integrado. Os objetivos da identificação e integração dos livros de uma biblioteca são fundamentais para a concepção de um catálogo eficaz e dificilmente serão afetados por qualquer desenvolvimento futuro. Eles também devem ser os objetivos fundamentais do catálogo do século XXI.

O aparecimento, em 1841, das regras de Panizzi mostraram um suposto desrespeito às normas de seu antecessor, que haviam lhe sido entregue para serem seguidas, quando de sua indicação para preparar a nova edição do catálogo do Museu.

Neste sentido, Panizzi foi denunciado e execrado. Ele decidiu solicitar duas coisas: (1) que a publicação de seu “maligno” catálogo fosse suspensa; e (2) que uma comissão imparcial fosse nomeada antes para que ele pudesse conhecer seus detratores e responder às suas críticas e reclamações. Ambos os pedidos foram concedidos e, em 1847, a Royal Commission foi nomeada e as testemunhas a favor e contrária se apresentaram.

Essas testemunhas representavam a elite mais proeminente da comunidade. Portanto, alguns falaram em apoio a Panizzi, mas a ampla maioria foi contra ele. Entre estes contrários estava o arqui-inimigo de Panizzi, e uma das testemunhas mais prestigiada, Thomas Carlyle.

Carlyle tinha uma rixa de longa data com Panizzi. Reclamava não ter recebido a atenção e ajuda de que precisava em seu trabalho, por parte da equipe de Panizzi, na biblioteca.

Panizzi respondeu que Carlyle recebera a mesma atenção e ajuda que todos os demais usuários da biblioteca, o que dificilmente serviu para apaziguar a ira de Carlyle. Nas audiências da Royal Commission, Carlyle foi apresentado como eminente estudioso e antigo usuário dos catálogos da biblioteca do Museu, e que, em virtude de sua própria experiência, era qualificado para comentar sobre catálogos em geral e as regras de catalogação de Panizzi em particular.

Quando o presidente da comissão, Conde de Ellesmere, indagou Carlyle sobre o que ele achava das funções de um catálogo de bibliotecas e de seus requisitos; Carlyle declarou com autoridade: ''Uma biblioteca não vale nada sem um catálogo, é um Polifemo sem qualquer olho em sua cabeça e você deve enfrentar as dificuldades, sejam elas quais forem, de tornar os catálogos adequados".

Ele prosseguiu enfatizando que "O grande uso de qualquer catálogo é dizer-lhe, de qualquer forma inteligível, que tais e tais livros estão na biblioteca... Espero que seja uma coisa simples o suficiente elaborar uma lista dos nomes dos livros".

Argumentou que o livro é, em geral, fornecido com uma página de rosto, que serve para nomeá-lo e identificá-lo, e pelo qual é comumente citado, referenciado e procurado pelo leitor, no catálogo. Portanto, o livro deve ser inserido no catálogo para dizer ao leitor logo de início, se a biblioteca tem ou não o livro, em vez de enviar o leitor para procurar as informações em outros lugares do catálogo.

Panizzi, em resposta confirmou que:

  • “Sim, eu exijo que o leitor procure em dois lugares as informações que ele quer, porque eu quero dizer-lhe muito mais do que apenas se a biblioteca tem ou não um livro em particular”;
  • “Sim, minhas regras são complicadas, mas isso é porque elas estão preocupadas não apenas com o livro como um único item separado, mas também como parte de um complexo de edições e traduções de potencial interesse para um leitor questionador”; e
  • “Sim, minhas regras tornarão a catalogação mais cara, mas esse custo é apenas um custo único para melhorar a qualidade do catálogo e beneficiar a biblioteca e seus usuários por tempo indeterminado no futuro”.

Nas próprias palavras de Panizzi, "um leitor pode saber da obra que ele precisa; mas não se pode esperar que ele conheça todas as peculiaridades das diferentes edições, e essa informação ele tem o direito de esperar dos catálogos".

Nesse debate, havia dois indivíduos olhando para o mesmo objeto – livro, mas vendo coisas diferentes. Carlyle via o livro como um objeto material, uma entidade separada e sem relação com qualquer outro livro da biblioteca; e ele não via por que o livro deveria ser tão representado no catálogo.

Panizzi via o livro como uma edição de uma obra particular que está intimamente relacionada com as outras edições e traduções desta obra, que a biblioteca pode ter, e pensou que, portanto, deveria ser integrada a eles. Como é que isso aconteceu? Simplesmente porque o livro, como citado, é um objeto dicotômico. Extrinsecamente é um artefato; mas intrinsecamente, é um registro da experiência humana.

Neste sentido, Panizzi solicitou o reconhecimento do fato de que a essência de um livro não é sua forma, mas seu conteúdo, e que essa consideração deveria determinar o caráter do catálogo ao contrário dos problemas mundanos; percebeu que o apelo de Carlyle para um catálogo simples, produzido de maneira fácil, rápida e barata; e que seria mais facilmente compreendido e responsivo aos pedidos simples de seus usuários era o “canto da sereia” que fascinava a maioria dos bibliotecários. Estes argumentavam que um catálogo que fosse bom o suficiente para um estudioso da estatura de Carlyle deveria ser bom o suficiente para todos os usuários.

Panizzi percebeu, porém, que os membros da Comissão, afastados dos problemas diários dos bibliotecários, considerariam desapaixonadamente os méritos de seu esforço. Assim, ele escreveu uma longa e detalhada carta ao presidente da Comissão, apresentando uma visão sobre os meandros dos problemas de catalogação e suas implicações.

Ao concluírem as audiências e investigações, os membros da Comissão emitiram um relatório explicando as suas conclusões e recomendações, incluindo um relatório para os Curadores do Museu não se intrometerem no trabalho de Panizzi em questões de catalogação, reservando ao final uma nota implicitamente significativa:

Devemos confessar que as nossas investigações, especialmente sobre todo o assunto do catálogo, nos levam a duvidar se não há algum perigo na prática de interferir nos detalhes da biblioteca por parte do conselho... Tivemos oportunidade, no curso do nosso inquérito, de verificar a prevalência entre muitas pessoas de uma impressão que atribui a esse cavalheiro [Sr. Panizzi] não apenas a adoção de um plano para o catálogo, do qual essas partes... desaprovam, mas também a demora da qual eles reclamam na execução do plano como adotado. Torna-se nosso dever incidental fazer justiça a ele nestes detalhes. Pelo que já afirmamos, parece que, no que diz respeito ao sistema e à forma do catálogo, sejam quais forem os seus defeitos, o Sr. Panizzi pode ser acusado de nada além da constante aprovação e aceitação de um princípio básico, o da plenitude e precisão... Se concluída, com qualquer aproximação à perfeição que seu plano e regras contemplam, formará um registro para tempos futuros de grande valor para a literatura impressa do período que abrange.

Uma vingança triunfante de Panizzi, que manteve seus princípios, sem se curvar às críticas irremediáveis e interminável de oponentes hostis.

Nessa descrição histórica, finaliza-se o primeiro evento crucial para a catalogação anglo-americana moderna. Ressalta-se a preocupação principal com a base ideológica do catálogo sobre o que seriam os objetivos do catálogo de uma biblioteca e quanto aos métodos de alcançá-los. As discussões influenciaram o curso da catalogação anglo-americana desde então.

Segundo Evento – as Tecnologias na Catalogação

O segundo evento crucial, na história da catalogação anglo-americana, foi a introdução da tecnologia nos processos catalográficos para melhorar sua eficácia. Isso ocorreu na virada do século 19 para o 20, quando a Library of Congress em decisão visionária, anunciou a disponibilização de suas fichas catalográficas impressas para todas as bibliotecas a um custo para cobrir apenas o papel e a distribuição das fichas. Em contraste com a hostilidade dedicada às regras de Panizzi, a oferta foi reconhecida pelo seu potencial e contribuição inestimável para as bibliotecas. Em especial, por aliviar as bibliotecas de grande parte das tarefas e custos da catalogação.

Pela primeira vez, na história da catalogação anglo-americana, se tornaria automaticamente em um padrão nacional de catalogação. O que iria resultar na possibilidade de criar catálogos locais e regionais, além de outros tipos de catálogos cooperativos. Além disso, estava a perspectiva da comunicação e cooperação bibliográfica, não apenas nacionalmente, mas também internacionalmente, em especial, entre os países de língua inglesa.

A Library of Congress introduziu, na catalogação, o primeiro uso de tecnologia e o seu sucesso gerou uma tendência pró tecnologia contínua até hoje, sem, no entanto, estabelecer uma consciência óbvia de que a tecnologia não é um fim em si mesmo, mas um meio. Quando o entusiasmo pela tecnologia se torna a finalidade, o objetivo buscado é perdido de vista, e o sentido da tecnologia se extravia.

A oferta da Library of Congress ao disponibilizar as suas fichas catalográficas para todas as bibliotecas foi oportuna, previdente e política. Antes dessa oferta, cada biblioteca elaborava sua própria catalogação e não era capaz de cooperar ou compartilhar os resultados do seu trabalho. A Library of Congress tornou possível a cooperação interbibliotecas e, em 1961, pouco mais de meio século depois, resultou nos primeiros acordos internacionais de catalogação.

Um evidente avanço no uso de tecnologia para resolver problemas de catalogação foi a introdução do catálogo online. Tradicionalmente, o livro era identificado primeiro pelo nome do autor indicado na página de rosto, e inserido no catálogo. Isso parece simples, mas há um obstáculo oculto e inflexível a confundir o usuário.

Isso acontece porque os nomes das pessoas, em geral, são interpretados e adotados de formas distintas, em diferentes países. Resulta, que os nomes semelhantes ou idênticos são inseridos de formas diferentes no catálogo. É uma situação real, no caso de nomes compostos ou com prefixos como: Von e De. Assim, no caso de: Wernher von Braun, enquanto cidadão norte-americano, é inserido no catálogo como: Von Braun, Wernher; mas, se o mesmo Wernher von Braun fosse um cidadão alemão, o seu nome seria inserido no catálogo como: Braun, Wernher von. Nestas circunstâncias, como o usuário(a) seria ajudado(a) a encontrar o livro que deseja? Aqui entra o catálogo online.

Explorar a capacidade computacional de recuperar um determinado livro, por meio de alguns elementos incomuns na página de rosto, evita o problema incidental no uso do nome do autor. Entretanto, o catálogo online serve apenas ao primeiro objetivo do catálogo que é o de ajudar os usuários a encontrar o livro específico que deseja.

Se a capacidade do catálogo online puder ser aprimorada para revelar também o segundo objetivo que é o de revelar ao usuário quais edições e traduções a biblioteca tem de uma determinada obra, e quais obras a biblioteca tem de um determinado autor, seria uma conquista a coroar a busca e a capacidade tecnológica na catalogação; um elo indispensável na cadeia de intercâmbio dos registros da civilização.

Lubetzky e Svenonius, indagam: “E os detalhes na forma de nossas regras?”. Para destacarem que, os principais aspectos para a busca normalmente envolvem o melhor da mente, mas os detalhes tendem a ser negligenciados, ignorados ou deixados para os outros se preocuparem. Também sabemos como um detalhe pode ser importante. Afinal, pela falta de um prego uma guerra pode ser perdida; assim, uma melhoria mal concebida para uma regra pode vitimar todo o objetivo dessa regra. Com isso em mente, é preciso olhar alguns dos detalhes do nosso código para orientar a preparação do futuro catálogo.

Como já mencionado, a regra de Panizzi que prescrevia apenas uma entrada, com remissivas para o livro, e restringia o uso de entradas secundárias, foi considerada indevidamente rigorosa, especialmente, por aqueles que anteriormente utilizavam entradas secundárias como um auxílio efetivo para a localização de um livro. Assim, quando as regras anglo-americanas de 1908 eram preparadas, decidiu-se prover a adoção de ambas, a entrada principal e entradas secundárias. Essa decisão tem sido seguida desde então, sem qualquer questionamento.

Os autores indagam se foi uma decisão sólida e útil, e se deveria ser continuada e seguida pelos catálogos do próximo século? Ou se foi resultado de um mal-entendido e um erro de julgamento de Panizzi e o seu plano para um catálogo?

Para Panizzi, o livro não era uma entidade separada, mas uma edição ou tradução de uma determinada obra e, consequentemente, deveria ser integrado e representado, no catálogo, conjuntamente com todas as outras edições e traduções da obra que a biblioteca possa ter.

Esse era o propósito da entrada principal de Panizzi. O uso de uma entrada adicional (secundária), por exemplo, para o título vitimizaria o propósito da entrada principal. Pois, se um usuário(a) olhasse no catálogo, o título do livro que desejasse, e o encontrasse lá, isso encerraria a busca sem que ele(a) aprendesse sobre as outras edições que a biblioteca poderia ter. Mais uma vez, se o usuário(a) não encontrasse o livro sob seu título, ele(a) teria que assumir que a biblioteca não teria a publicação; sem saber, entretanto, o que a biblioteca poderia ter sobre outras edições da obra e que poderiam igualmente servir aos seus propósitos.

Neste sentido, o uso de uma entrada adicional (secundária) torna-se enganosa para o usuário(a) do catálogo; e, por isso, Panizzi restringiu o uso de entradas adicionais; e, também por isso, a decisão das regras de 1908 de adotar ambas as entradas: principal e adicionais (secundárias) foi mal aconselhada, prejudicando a integridade do catálogo anglo-americano, desde então. Deveria ser descontinuada, como um caso de erro de julgamento.

Outro detalhe, que afeta o uso inteligente de nossas regras, é o seu caráter catequético ao dizer ao catalogador(a) o que, quando, e como fazer em certas circunstâncias, mas não por quê. Se o catalogador(a) deve realizar seu trabalho de forma pensativa e interessada, deveria ter uma ideia abrangente do que é a obra.

Isso poderia ser facilmente alcançado ao se proporcionar, em um projeto de Código de Regras Catalográficas, uma introdução concisa às regras, explicando a importância e a função do catálogo, os objetivos a serem atendidos, os problemas envolvidos e as regras desenvolvidas para a implementação dos objetivos. Assim, para o século XXI, torna-se particularmente importante que as regras para o catálogo sejam precedidas com prognóstico. Certamente, esses aspectos não esgotam todas as possibilidades de melhoria na qualidade das regras, mas indicam quanto espaço há para a sua melhoria na atualidade.

A catalogação é o elo indispensável no intercâmbio, integração e exploração dos registros da civilização humana. É central para todas as operações e serviços, e a missão da biblioteca. E deve ser mantida em boas condições, em termos ideológicos, metodológicos e tecnológicos para bem servir a biblioteca ao longo do tempo.

Indicação de leitura:

Lubetzky, S.; Svenonius, E. The Vicissitudes of Ideology and Technology in Anglo-American Cataloging since Panizzi and a Prospective Reformation of the Catalog for the Next Century. In. Connell, T. H.; Maxwell, R. L. (eds). The future of cataloging: insights from the Lubetzky symposium: April 18, 1998, University of California, Los Angeles. Chicago: ALA Editions of the American Library Association, 2000.


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FERNANDO MODESTO

Bibliotecário e Mestre pela PUC-Campinas, Doutor em Comunicações pela ECA/USP e Professor do departamento de Biblioteconomia e Documentação da ECA/USP.